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"Estamos em guerra": tenista ucraniana se nega a cumprimentar rival russa em torneio

Atleta afirmou não ser amiga de adversária e lembrou o confronto travado entre os dois países há mais de um ano

Marta Kostyuk durante partida no torneio de tênis Aberto da Austrália, em janeiro deste ano - Martin Keep/AFP

A tenista da Ucrânia, Marta Kostyuk, se recusou a cumprimentar a adversária russa, Anastasia Potapova, nesta quinta-feira (23), após perder uma partida no torneio Miami Open. Esta não é a primeira vez que a ucraniana se nega a conceder um aperto de mão — gesto tradicional após as partidas de tênis — a uma jogadora da Rússia. No começo do mês, após vencer o WTA de Austin, nos Estados Unidos, ela também não aceitou o aceno de sua rival na disputa, Varvara Gracheva.

Conforme noticiado pelo jornal português Diário de Notícias, Kostyu justificou a atitude por conta da "óbvia tensão" entre as duas nacionalidades, motivada pela guerra. A russa havia recebido, anteriormente, uma advertência formal por usar uma camisa do time de futebol do Spartak Moscou antes de uma partida em Indian Wells.

"Não somos amigas. Neste momento, estamos em guerra" declarou a ucraniana, lembrando o confronto bélico entre os dois países, travado em fevereiro do ano passado, desde que o exército russo invadiu o território ucraniano.

Na sexta-feira (24), oficiais da Associação de Tênis Feminino (WTA, na sigla em inglês) informaram que iriam se reunir com tenistas ucranianas para avaliar momento de tensão nos vestiários com jogadoras russas e bielorrussas. Marta Kostyuk disse a repórteres, nesta quinta, que as jogadoras solicitaram uma reunião com a diretoria da WTA, mas foram ignoradas.

Durante o último torneio em Indian Wells, na Califórnia, várias figuras do circuito, como a bielorrussa Aryna Sabalenka, número dois do mundo, reconheceram que ainda existem tensões devido à invasão da Ucrânia por forças russas, com o apoio da Bielorrússia.

Já a ucraniana Lesia Tsurenko desistiu antes do duelo contra Sabalenka, alegando, posteriormente, que teve um ataque de pânico. A número um do mundo, a polonesa Iga Swiatek, apelou à WTA para oferecer mais ajuda aos tenistas destes países.