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Governo vai zerar déficit em 2024, diz Simone Tebet

Ministra afirmou ainda que novo marco fiscal é "simples, transparente e crível"

Simone Tebet - Reprodução / TV Brasil

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou nesta segunda-feira (27) em São Paulo que o governo federal deverá zerar o déficit fiscal em 2024. A uma plateia formada por investidores e grandes empresários, disse ainda que o novo arcabouço fiscal a ser proposto pelo governo é “simples, fácil de ser entendido, totalmente transparente e crível”.

A moldura do arcabouço está pronta e estão na mão do presidente da República os parâmetros, o que faz toda a diferença, disse a ministra, que não quis dar mais detalhes sobre a proposta.

Tebet voltou a dizer que a proposta "olha o lado da receita e o lado da despesa" e que, embora a proposta não agrade a todos, ela deve agradar "um pouco dos dois lados", em alusão a quem defende mior gasto social e a quem prioriza responsabilidade fiscal.

A ministra também elogiou a manifetsa disposição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de pautar o novo arcabouço para votação quando ele for apresentado ao Congresso.

Parece-me que o presidente Lira chamou para si a responsabilidade, o que é muito bom. Na hora em que chegar o arcabouço, ele vai seguir o regimento interno, mas vai pautar para votação. Estou otimista com relação à tramitação e de que vai ser aprovado pelo Congresso Nacional, afirmou ela.

Sobre a reforma tributária, Tebet disse que o texto ideal é o que tem condições de passar no Congresso e que o governo vai "tirar o ótimo para ficar com o bom". A ministra ressaltou que duas premissas básicas do texto são de cobrança de impostos no destino e a unificação dos impostos federais.

No Senado, diz a ministra, a tramitação mais fácil seria realizar a simplificação dos tributos federais por meio do IVA dual.

Comunicado do Copom foi "fora do tom"
Simone Tebet ainda criticou o tom do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgado na semana passada como explicação da decisão de manter a taxa básica de juros em 13,75%, o que aprofundou atritos entre a autoridade monetária e o governo Lula, que tem adotado tom crítico em relação ao atual patamar de juros.

O comunicado e a ata do Copom, ao meu ver, têm que vir ao encontro do que está acontecendo no Brasil. (...) Acho que o documento saiu no tom errado e, como é um documento político, posso falar sobre ele, afirmou Tebet.

De acordo com a ministra, "é óbvio que fatores externos preocupam", mas fatores internos mostram que "houve uma evolução" do quadro inflacionário.

Não precisavam ter esticado a corda como esticaram, mandaram ao meu ver um recado equivocado para a equipe econômica e para o núcleo do governo. O mundo está mudando rapidamente. (...) O mercado tem que entender que isso faz parte do momento político do Brasil, que saiu polarizado das eleições, disse Tebet.

As declarações foram dadas durante conferênca realizada pela consultoria de risco político Arko Advice.