Rússia pede dois anos de prisão para homem por desenho contra a invasão na Ucrânia
A filha de 13 anos fez um desenho na escola mostrando mísseis indo em direção a uma mulher e uma criança com uma bandeira ucraniana
Um promotor russo pediu nesta segunda-feira (27) dois anos de prisão para um homem acusado de se opôr à invasão da Rússia à Ucrânia e a quem retiraram a guarda de sua filha, após a criança fazer um desenho criticando a ofensiva.
O caso de Alexei Moskaliov gerou uma onda de indignação na Rússia e retrata o tamanho da repressão do Kremlin contra seus opositores.
Na segunda-feira (27), um promotor de Efremov, uma cidade pequena localizada a 300 km ao sul de Moscou, pediu dois anos de prisão contra Moskaliov, acusado de ter "desacreditado o Exército", disse à AFP seu advogado, Vladimir Bilienko.
Esta decisão é "difícil", acrescentou Bilienko, dizendo que o réu se declarou "inocente". O veredito do tribunal é esperado para terça-feira (28).
Os problemas começaram depois que sua filha de 13 anos, Maria Moskaliova, fez um desenho na escola mostrando mísseis indo em direção a uma mulher e uma criança com uma bandeira ucraniana.
Na ocasião, a diretora da instituição denunciou o ato à polícia, sob o contexto do julgamento de vozes críticas à ofensiva russa.
As autoridades então encontraram publicações críticas à ofensiva russa e ordenaram a separação de Moskaliov e sua filha, que ficou sob os cuidados de outra família.
O julgamento do caso começará em 6 de abril, quando há chances de Alexei ser privado definitivamente da guarda da criança.
No entanto, uma petição foi lançada para solicitar o retorno da menina à casa do pai.
Até mesmo o chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgeny Prigozhin, cujos homens lutam na Ucrânia, ofereceu seu apoio à Maria e criticou as autoridades locais.