Justiça

Confederação sindical de Israel anuncia fim de greve após adiamento da reforma judicial

Governo anunciou "pausa" no processo legislativo

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu (centro), entre os parlamentares no Knesset, o parlamento de Israel em Jerusalém. - Marc Israel Sellem/ AFP

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, anunciou, nesta segunda-feira (27), uma "pausa" no processo de aprovação da reforma judicial, que está sendo avaliada no Parlamento e que motivou protestos multitudinários nas ruas há quase três meses.

Em mensagem à nação, Netanyahu anunciou que a adoção definitiva dos diferentes projetos de lei da reforma estava sendo adiada para a próxima sessão parlamentar, que será aberta após o feriado da Páscoa (de 5 a 13 de abril), cedendo, em parte, às exigências dos opositores.

Após o anúncio, a Histadrut, principal confederação sindical de Israel, informou o fim da greve geral convocada horas antes para a terça-feira.

"Após o anúncio do primeiro-ministro, declaro o fim da greve [...] convocada esta manhã", anunciou, em nota, Arnon Bar David, presidente da Histadrut.

Uma multidão de cerca de 80.000 manifestantes, segundo a imprensa local, tinha se concentrado esta tarde perto do Parlamento, em Jerusalém, para protestar contra a reforma.

Também havia uma contra-manifestação prevista no mesmo lugar, gerando temores de enfrentamentos entre apoiadores dos dois lados.

O projeto de reforma judicial, impulsionado pelo governo de Netanyahu, um dos mais à direita da História de Israel, busca aumentar o poder dos políticos sobre o dos juízes e diminuir o papel da Suprema Corte.

Seus críticos consideram que a reforma ameaça a separação dos poderes e o caráter democrático do Estado de Israel. A rejeição ao projeto gerou, nos últimos meses, uma das maiores mobilizações populares já registrada no país.