Deslizamento de terra no Equador deixa 7 mortos e 46 desaparecidos
Mais cedo, as autoridades haviam registrado, por engano, 16 mortos e sete desaparecidos
Pelo menos sete pessoas morreram e outras 46 estão desaparecidas após um deslizamento de terra no sul do Equador, provocado pelas intensas chuvas registradas no país desde janeiro, de acordo com um novo balanço revisado para baixo pelo governo nesta segunda-feira (27).
O informe mais recente também indica que 23 pessoas ficaram feridas no deslizamento ocorrido no domingo à noite em Alausí, na província de Chimborazo, cerca de 300 km ao sul de Quito.
Mais cedo, as autoridades haviam registrado, por engano, 16 mortos e sete desaparecidos.
Desde a madrugada, bombeiros de localidades vizinhas e moradores da região realizam buscas, em meio a lama e pedras, pelas vítimas do deslizamento, que também devastou parte de uma rodovia.
No lugar do incidente, lâminas de metal retorcido e troncos partidos pela metade podiam ser vistos em meio à terra que deslizou da montanha, constataram repórteres da AFP.
"Precisamos continuar com os processos de resgate. Pedimos a todos os munícipes que evacuem as zonas afetadas para que possamos atender da melhor forma esta emergência", escreveu o presidente Guillermo Lasso no Twitter.
O governo ordenou a evacuação de 600 residências que seguem de pé na área do desastre, que surpreendeu os moradores de Alausí por volta das 21h locais (23h em Brasília).
"Eram cerca de nove horas da noite e eu consegui escapar faltando uns 15 minutos. Estávamos tirando as coisas" para evacuar a área, que havia sido declarada em alerta amarelo em fevereiro por deslizamentos de terra, comentou José Agualsaca à emissora Teleamazonas.
Na região onde aconteceu o desmoronamento, as autoridades haviam alertado sobre o afundamento de uma via no setor de onde parte da montanha se desprendeu.
Chuvas
De acordo com a Secretaria Nacional de Gestão de Riscos (SNGR), há cerca de 500 afetados pelo desmoronamento.
Ao amanhecer desta segunda, uma imensa mancha de lama se estendia em meio às colinas verdes que cercam Alausí, onde vivem cerca de 45 mil pessoas.
Nas ruas da cidade, havia muita gente desconcertada, com semblante cheio de lágrimas, à espera de notícias.
O deslizamento também levou um ginásio, um estádio e obrigou a suspender as aulas presenciais em três escolas. Cerca de 400 estudantes vivem na área de risco, advertiu o governo em um informe difundido no Twitter.
Alausí é conhecida mundialmente pelo "Nariz do Diabo", uma grande encosta por onde passa a linha ferroviária transandina do Equador, um trecho conhecido como a "linha de trem mais difícil do mundo" devido à sua periculosidade.
Desde janeiro, as fortes chuvas já deixaram 22 mortos e 346 desabrigados no Equador; mais de 6.900 casas foram afetadas, e 72 destruídas, segundo o SNGR.
As províncias mais afetadas são as costeiras de Manabí, Guayas, Santa Elena, El Oro, Santo Domingo de los Tsáchilas e Los Ríos, e as andinas de Cotopaxi, Bolívar e Chimborazo.
De acordo com a SNGR, desde o início do ano, foram registrados 987 eventos perigosos relacionados com os temporais, como inundações e deslizamentos de terra.
Na semana passada, as chuvas e um terremoto que deixou 15 mortos obrigaram o governo a declarar estado de emergência por 60 dias em mais da metade do país, a fim de mobilizar recursos econômicos para atender os desabrigados.