Tragédia

Socorristas lutam contra o relógio para resgatar vítimas de deslizamento no Equador

Acidente pelo menos sete mortos e 64 desaparecidos

Segundo os bombeiros, Há um "acúmulo de toneladas e toneladas de terra" que "dificulta a sobrevivência das vítimas". - Marcos Pin/AFP

Equipes de resgate correm contra o relógio no sul do Equador, nesta terça-feira (28), em busca de dezenas de pessoas presas sob um deslizamento de terra causado por fortes chuvas que deixaram pelo menos sete mortos e 64 desaparecidos, segundo o balanço mais recente.

Acompanhados por cães, equipes de resgate e moradores vasculharam os escombros na esperança de encontrar sobreviventes, depois que um gigantesco pedaço da montanha se desprendeu na noite de domingo em Alausí, na província de Chimborazo, cerca de 300 quilômetros ao sul de Quito.

De acordo com o último balanço oficial, o deslizamento deixou sete mortos, 23 feridos, 64 desaparecidos e 163 casas afetadas pelo deslizamento de terra.

Há um "acúmulo de toneladas e toneladas de terra" que "dificulta a sobrevivência das vítimas", disse à AFP Fernando Yanza, um dos bombeiros que trabalham no local.

A terra acumulada "tira o pouco espaço para o oxigênio, e esse é o principal problema" enfrentado pelas pessoas soterradas, explicou Yanza, depois de sair de uma escavação de quatro metros de profundidade sem encontrar sinais de vida.

"Conforme você cava, fica mais perigoso", porque o terreno é instável, lamentou.

O tempo necessário

Na noite de segunda-feira (27), o presidente Guillermo Lasso foi recebido com vaias em Alausí.

“Fora Laço!”, gritaram alguns moradores, alegando que a tragédia poderia ter sido evitada.

“Pude ver, em primeira mão, o trabalho de busca e resgate que está sendo realizado pelos especialistas”, escreveu o presidente no Twitter, após se reunir com as autoridades locais.

Lasso garantiu que o trabalho de resgate continuará pelo "tempo necessário".

O Exército do Equador, que está colaborando com as buscas, divulgou um vídeo, no qual oficiais retiram um cachorro branco da lama.

"Vamos continuar, vamos continuar, pode estar por aqui", dizem os socorristas.

O governo ativou três abrigos para atender os atingidos pelo deslizamento de terra, que cobre uma área de 24,3 hectares.

A área, onde ocorreu a tragédia, estava em "alerta amarelo" desde fevereiro, devido às chuvas. Além disso, as autoridades alertaram para o desabamento da estrada E35 no setor de Casual, onde deslizou parte da montanha.

Atingido por fortes chuvas, que causaram inundações, o Equador declarou na semana passada estado de emergência em 13 das 24 províncias, com o objetivo de mobilizar recursos econômicos para atender às vítimas.

Desde janeiro, as chuvas já deixaram 22 mortos e 346 desabrigados no país. Mais de 6.900 residências foram afetadas, e 72, destruídas, segundo a Secretaria Nacional de Gestão de Riscos (SNGR).

Em janeiro do ano passado, uma chuva torrencial que durou em torno de 17 horas causou o colapso de um reservatório, provocando uma enchente que matou 28 pessoas e feriu 52 em Quito.