Ataque em escola

Justiça ordena internação provisória de aluno que matou professora a facadas em escola

Decisão está sob sigilo e atende a pedido do Ministério Público. Jovem terá audiência acompanhado dos pais em 4 de abril, por videoconferência

Escola em que ocorreu o ataque - Divulgação

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou a internação provisória do adolescente de 13 anos que matou uma professora e feriu outras três em ataque a facadas na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Zona Oeste da capital paulista. A determinação atende a pedido da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude da Capital.

A Justiça paulista também marcou para 4 de abril uma audiência para que o jovem seja ouvido, acompanhado dos pais, por videoconferência. O caso corre sob segredo judicial.

A promotoria pediu que a internação durasse pelo período máximo de 45 dias. Esse prazo, porém, é determinado pela Justiça. O TJ-SP não informou se a decisão desta terça-feira fixou um período. A legislação prevê que um menor pode ficar até três anos internado na instituição destinada ao cumprimento de medidas socioeducativas — em São Paulo, trata-se da Fundação Casa.

O adolescente foi ouvido pela promotora Luciana de Paula Leite Rocha Del Campo na tarde desta terça-feira no Centro de Atendimento Inicial, no Brás.

Conflitos em casa
O adolescente autor dos ataques relatou a colegas de classe ouvidos reservadamente pelo GLOBO que os pais dele frequentemente brigavam em casa. A relação conflituosa se estendia ao filho, que também afirmou, segundo um colega da escola, ter sido espancado pelo pai.

Em uma das ocasiões, o autor das facadas externou aos amigos a vontade de matar o pai e perguntou se alguém o ajudaria. A "convocação" foi lida como uma brincadeira pelos demais estudantes.

Um aluno da Escola Estadual Thomazia Montoro disse que o menino odiava o irmão e falou em matá-lo no ano passado, um dia antes de sair da escola.

Na carta que deixou a familiares justificando os ataques, o adolescente pediu desculpas à mãe, tia, avó e ao irmão por decepcioná-los. Mas não citou o pai.