Eletrobras quer aumentar em 708% os gastos com remuneração de seus executivos
Valor, que deve ser aprovado pelos acionistas, deve chegar a R$ 88,183 milhões
A Eletrobras propôs gastos de R$ 88,183 milhões para o pagamento aos membros da Diretoria Executiva, do Conselho de Administração e dos Comitês de Assessoramento ao Conselho de Administração, bem como do Conselho Fiscal, neste ano.
O valor, se aprovado pelos acionistas, será 708% superior aos R$ 10,906 milhões da remuneração total paga no ano passado. Os dados foram publicados pela Eletrobras no manual disponibilizado aos acionistas por conta da Assembleia Geral Ordinária, que será realizada no dia 27 de abril.
A companhia explicou que até junho de 2022 a estratégia de remuneração dos administradores da Eletrobras era definida exclusivamente pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST).
Mas, com a privatização, a empresa explica que passou a ser uma companhia aberta sem controlador definido, o que impôs à sua administração novos desafios associados à sua reestruturação.
"Nessa conjuntura, o modelo de remuneração da administração anteriormente vigente mostrou-se ainda mais defasado, implicando o risco de perda de talentos e dificuldade de atração de novos, em comprometimento ao planejamento anteriormente retratado e à expectativa do mercado de grandes alavancas de valor que poderiam ser destravadas", disse a Eletrobras.
Ao justificar o aumento, a Eletrobras diz que os novos valores estão " alinhados a empresas de porte e contexto similar". Afirma ainda que o modelo de remuneração " visa à solidificação de uma cultura meritocrática, capaz de reter e premiar talentos, e estruturada, para assegurar pleno alinhamento entre os interesses dos administradores".
Com os novos salários, a Eletrobras diz que "passa a ter a possibilidade de reter os atuais profissionais chave e atrair novos talentos, além de fomentar uma cultura de alta performance que servirá de força motriz para o destravamento das alavancas de valor da capitalização".