Polícia de Portugal descarta pista "terrorista" em ataque com faca a centro ismaelita
A comunidade muçulmana ismaelita xiita tem a sua sede mundial em Lisboa e o seu líder espiritual, o Aga Khan, obteve a nacionalidade portuguesa em 2019
Investigadores portugueses descartaram uma pista "terrorista" no ataque com faca de terça-feira (28) em um centro muçulmano xiita em Lisboa, que deixou duas pessoas mortas e uma gravemente ferida, afirmou o diretor da polícia judiciária, Luis Neves, nesta quarta (29).
"Não há indícios de que se trate de um atentado terrorista" ou de uma "radicalização" do suspeito, disse Neves, indicando que todas as pistas "parecem mostrar que se trata de um crime comum".
"O que pode estar em questão aqui, mas só uma avaliação psiquiátrica pode determinar, é que se trata de uma crise psicótica", acrescentou, especificando que a investigação continua.
Segundo vários testemunhos, o suspeito, um refugiado afegão, estava tendo aulas de idiomas na terça-feira num centro ismaelita, uma comunidade muçulmana xiita. Seu comportamento mudou depois de receber um telefonema.
Armado com uma grande faca, primeiro feriu gravemente um professor, antes de matar duas funcionárias deste centro e depois foi neutralizado pela polícia, que usou uma arma. O homem está hospitalizado na capital portuguesa.
A comunidade muçulmana ismaelita xiita tem a sua sede mundial em Lisboa e o seu líder espiritual, o Aga Khan, obteve a nacionalidade portuguesa em 2019.
Os ismaelitas, corrente minoritária do islamismo xiita, formam uma comunidade de 12 a 15 milhões de pessoas espalhadas por 30 países. Em Portugal têm cerca de 8 mil membros.