Reservas comerciais de petróleo dos EUA têm queda forte e inesperada
Estoques caíram 7,5 milhões de barris (mb), quando os analistas esperavam uma alta de 1,75 mb
As reservas comerciais de petróleo bruto caíram fortemente nos Estados Unidos na semana passada, para surpresa do mercado, conforme dados divulgados pela Agência americana de Informação Energética (EIA, na sigla em inglês), nesta quarta-feira (29).
Os números, que mostram um novo aumento na demanda por gasolina no período encerrado em 24 de março, indicam que os estoques de petróleo bruto caíram 7,5 milhões de barris (mb), quando os analistas esperavam uma alta de 1,75 mb, de acordo com consenso levantado pela agência Bloomberg.
Ainda assim, essas reservas continuam bem acima dos estoques de um ano atrás (+15%).
Em um primeiro momento, o anúncio elevou as cotações do petróleo bruto, mas o impulso durou apenas alguns minutos. Às 15h GMT (12h em Brasília), o preço do barril do West Texas Intermediate (WTI) para entrega em maio avançava 0,50%, a US$ 73,57 (em torno de R$ 378).
Esta queda inesperada se explica, em parte, pelo aumento da atividade nas refinarias dos Estados Unidos, cuja taxa de utilização subiu para 90,3%, contra 88,6% registrados na semana anterior. Essa diferença implica um maior consumo de petróleo bruto.
No período considerado, as importações (-14%) e as exportações (-7%) dessa "commodity" caíram.
A EIA informou também que a demanda por hidrocarbonetos no país subiu 2,2% na semana, ficando 3% acima dos valores no mesmo intervalo temporal do ano passado.
É a gasolina que responde por esse crescimento. Sua demanda se mantém em um teto há três meses, o que levou a uma queda de 2,9 mb nas reservas desse combustível nos EUA.
Para Matt Smith, da Kpler, são os baixos preços do combustível (18% abaixo dos registrados na mesma semana de 2022) que impulsionam o consumo.