Polêmica

Bebê de atriz nascido por barriga de aluguel enfurece governo espanhol

O tipo de gestação é ilegal na Espanha desde 2006

Polêmica surgiu depois que a revista ¡Hola! publicou uma foto da atriz e apresentadora de televisão Ana Obregón saindo de um hospital em Miami com a criança nos braços. - Pixabay

O governo da Espanha criticou duramente, nesta quarta-feira (29), a gestação por barriga de aluguel, após a notícia do nascimento nos Estados Unidos do bebê de uma atriz espanhola de 68 anos por meio desse método.

"É uma prática que não é legal na Espanha, que é reconhecida em nosso país legalmente como uma forma de violência contra as mulheres", afirmou a repórteres a ministra da Igualdade, Irene Montero, do partido de esquerda radical Podemos.

Montero pediu que não seja esquecida "a realidade dessas mulheres precárias em uma situação de risco de pobreza", referindo-se às mulheres que engravidam para outras pessoas.

A polêmica surgiu depois que a revista ¡Hola! publicou nesta quarta em sua capa uma foto da atriz e apresentadora de televisão Ana Obregón saindo de um hospital em Miami com a criança nos braços.

Obregón confirmou a informação em sua conta no Instagram. "Chegou uma luz cheia de amor à minha escuridão. Nunca mais estarei sozinha. Voltei a viver", escreveu ela, que em 2020 perdeu seu filho de 27 anos devido a um câncer.

"A imagem me pareceu terrível", criticou Pilar Alegría, ministra da Educação e porta-voz do Partido Socialista do presidente do governo, Pedro Sánchez.

A oposição de direita, por sua vez, se mostrou mais aberta ao debate.

O assunto "merece debates profundos e serenos, porque afeta muitas questões morais, éticas, religiosas", disse Cuca Gamarra, número dois do Partido Popular (PP), que é a favor da barriga de aluguel, desde que não seja remunerada.

A gestação de substituição, como também é chamada a prática, seja remunerada ou altruísta, é ilegal na Espanha desde 2006.

No entanto, a legislação espanhola permite o registro civil dos filhos nascidos assim no exterior desde que seja apresentada "uma decisão judicial emitida por um tribunal competente" do país em questão que estabeleça a filiação.

A gestação de substituição foi incluída entre as "manifestações da violência contra as mulheres" em uma lei sobre o aborto aprovada em fevereiro, que também proíbe qualquer "publicidade das agências intermediadoras".