Filme sobre urso que consumiu 30kg de cocaína estreia nesta quinta-feira (30); entenda o caso real
"O Urso do Pó Branco" conta a história de um animal serial killer viciado em pó
Pablo Escobear era um urso que habitava uma floresta da Geórgia, nos Estados Unidos. Em 1985 o animal consumiu cerca de 30 kg de cocaína, jogados de um avião por um traficante, incidente que matou o mamífero de overdose rapidamente.
A história rendeu diversas matérias nos jornais da época e transformou o bicho em um ponto turístico de um shopping americano, no Estado de Kentucky, onde o corpo dele está empalhado até hoje. Além de atração do estabelecimento, o bicho também virou personagem de cinema no longa “O Urso do Pó Branco”, da Universal, filme que estreia, hoje, nos cinemas brasileiros, e tenta imaginar o que teria acontecido se Pablo não tivesse morrido.
Tragicomédia
O episódio bizarro conta com direção assinada por Elizabeth Banks, uma atriz conhecida pelos seus papéis em filmes blockbusters, como “Jogos Vorazes”, “Homem-Aranha” (2002) e “O Virgem de 40 Anos”. Nos últimos anos, ela começou a se aventurar na direção de longas. Após ter trabalhado em “Pitch Perfect 2” e na continuação de “As Panteras”, sua nova obra, “Cocaine Bear” (no idioma original), é uma trama que mistura comédia e terror com sensação de "Sessão da Tarde".
O filme também traz as atuações de Keri Russell, Margo Martindale, O'Shea Jackson Jr., Jesse Tyler Ferguson e Ray Liotta - famoso pelos seus trabalhos com Martin Scorsese no clássico “Os Bons Companheiros” - e falecido ano passado por conta de um infarto. Além dos atores mirins Christian Convery e Brooklynn Prince, que roubam a cena com o talento de gente grande.
Entre terror e comédia
O suspense é exatamente o que você espera dele, uma mistura de terror e comédia que algumas vezes até lembra um slasher (subgênero de filmes de terror), mas ele se perde muito rápido. Pela quantidade de atores já é possível notar o núcleo gigante que o enredo de “O Urso do Pó Branco” gira em torno. Esse grupo é composto por adolescentes rebeldes, guarda-florestais, traficantes, policiais e crianças. Tantas cenas paralelas apenas deixam o longa confuso e fogem do tema principal. Além de todos esses personagens serem os mesmos clichês de histórias de terror que a indústria já está saturada, mas sem necessariamente tentar ser uma sátira, aproxima-se de uma cópia do gênero.
É um problema óbvio quando se percebe que a premissa do filme pode ser resumida em um tweet. Na tentativa de se expandir e se tornar maior do que o caso original, a obra se mantém sem graça mesmo apostando tudo em uma trama de comédia. Durante 1h30 surgem poucos momentos realmente engraçados e os que são dependem do humor absurdo e sem sentido, restando a dúvida se a falta de lógica é proposital ou só preguiça do roteiro. Na realidade, a própria história original por si só é mais engraçada que o longa inteiro.
Diferente
Apesar de não saber explorar sua própria história, é uma trama autêntica que parece um filme B de festival indie. E qualquer coisa que fuja do status quo de Hollywood atualmente já é digno da atenção que o filme está levando, já tendo arrecadado três vezes mais dinheiro que o investido, apenas nos Estados Unidos. Além disso, o roteiro também trata com certa sensibilidade o descaso dos seres humanos com a natureza, mostrando que, apesar de ser uma máquina de matar descontrolada e viciada em cocaína, o urso é a verdadeira vítima.
Confira o trailer: