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Americanas propõe aumento de remuneração para conselheiros e redução para diretores

Informação faz parte do edital divulgado para assembleia de acionistas, no dia 29 de abril

Fachada das Lojas Americanas - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

A Americanas propõe aumento de 9,6% na remuneração aos integrantes do seu Conselho de Administração para 2023. De acordo com material divulgado pela varejista para a Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGOE), a previsão de pagamento aos sete integrantes do colegiado é de R$ 5 milhões até dezembro deste ano. O valor é maior que os R$ 4,560 milhões pagos em 2022.

No caso do conselho fiscal, houve aumento na remuneração prevista para 2023, mas o total de integrantes passou de três para quatro. Assim, a remuneração total em 2022, de R$ 581,640 mil, subiu para uma expectativa de remuneração total de R$ 1,450 milhão a ser paga neste ano.

Já no caso da diretoria estatutária houve aumento de quatro para sete integrantes entre 2022 e 2023. Mas, em movimento contrário aos integrantes dos conselhos, a companhia redução na remuneração. Assim, o valor caiu de R$ 49,612 milhões, pagos em 2022, para R$ 35 milhões previstos neste ano.

Se somar toda a remuneração entre diretores e conselheiros, houve queda de R$ 54,753 milhões em 2022 para R$ 41,450 milhões previstos para 2023.

No material divulgado pela empresa, “a remuneração da companhia tem por objetivo a atração, motivação e retenção dos profissionais e retribuição pelos serviços prestados pela administração”. A assembleia foi convocada para o dia 29 de abril.

Segundo o material, a varejista também listou os candidatos ao Conselho de Administração.

Os candidatos ao Conselho de Administração das Americanas:
Carlos Alberto da Veiga Sicupira
Paulo Alberto Lemann
Claudio Moniz Barreto Garcia
Mauro Muratório Not
Sidney Victor da Costa Breyer
Eduardo Saggioro Garcia
Vanessa Claro Lopes
Frederico Derzie Luz
Luiz Eduardo Osorio
Renata Foz
Eduardo Seixas

Com dívidas superiores a R$ 40 bilhões, a Americanas está em processo de recuperação judicial desde a descoberta de um rombo contábil de R$ 20 bilhões, em janeiro. No último dia sete de março, a varejista confirmou em comunicado que apresentou nova proposta aos credores no valor de R$ 10 bilhões (considerando o financiamento de R$ 2 bilhões já anunciado).

Esse aporte será feito pelos acionistas de referência da varejista: Marcel Telles, Beto Sicupira e Jorge Paulo Lemann. Eles são os sócios da 3G Capital e estão entre os homens mais ricos do Brasil. O plano inclui ainda a venda de ativos , como o jato da companhia e marcas como Hortifruti.

Desde que a crise financeira da varejista veio a público, os principais bancos do país vêm abrindo guerra contra a companhia na Justiça de São Paulo, Rio de Janeiro e até em Brasília, com litígios no Superior Tribunal Federal (STF) e Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Bradesco, Santander, BTG, Safra e Itaú, por exemplo, vêm questionando o processo de recuperação judicial da companhia, pedindo busca e apreensão de documentos para gerar provas de forma antecipada, pedindo o bloqueio dos integrantes dos conselhos da varejista e criticando o acordo feito com credores trabalhistas e fornecedores.