Justiça

Honduras extradita para EUA ex-deputado acusado de narcotráfico

Midence Oquelí Martínez Turcios, de 62 anos, foi transportado sob um forte esquema de segurança

Membros das Forças Especiais de Honduras escoltam o ex-deputado do Partido Nacional de Honduras, Midence Oqueli Martinez Turcios - Orlando Sierra/AFP

Honduras extraditou um ex-deputado para os Estados Unidos, nesta quinta-feira (30), onde ele enfrenta acusações de tráfico de drogas, tornando-se o 37º extraditado para esse país desde 2014 — informaram as autoridades.

Midence Oquelí Martínez Turcios, de 62 anos, foi transportado sob um forte esquema de segurança da sede das Forças Especiais Cobras de Tegucigalpa para a base militar no aeroporto de Toncontín.

Às 8h locais (11h em Brasília), o avião da agência antidrogas americana (DEA, na sigla em inglês) decolou, transportando-o para Nova York.

Martínez é o "número 37 desde 2014" extraditado para os Estados Unidos por tráfico de drogas, disse o chefe das Forças Especiais, Julio Romero, antes da decolagem da aeronave.

Deputado por dois mandatos (2010-2014 e 2014-2018), pelo Partido Liberal, de direita, foi detido em dezembro no município de Sabá, departamento de Colón, cerca de 300 quilômetros a nordeste de Tegucigalpa.

Martínez estava foragido desde julho de 2018, quando a Justiça Federal do Distrito Sul de Nova York solicitou sua extradição.

Segundo a denúncia tornada pública nos Estados Unidos, Martínez recebeu US$ 1 milhão (em torno de R$ 5,1 milhões) do cartel "Los Cachiros" entre 2004 e 2014 e escoltou, com homens armados, carregamentos de cocaína procedentes de países produtores da América do Sul tendo a América do Norte como destino.

Mais de 50 hondurenhos foram extraditados, capturados, ou se entregaram voluntariamente aos Estados Unidos por tráfico de drogas desde 2010.

No caso de maior repercussão, o ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández foi extraditado para Nova York em abril de 2022. Ele é acusado de exportar 500 toneladas de cocaína para os Estados Unidos entre 2004 e 2022.

Seu irmão, Juan Antonio "Tony" Hernández, foi condenado à prisão perpétua em março de 2021, nos Estados Unidos, pelo mesmo crime.