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França pede que árbitros não parem jogos para quebra de jejum do Ramadã

Em comunicado enviado à arbitragem, comissão diz que estádios são locais de neutralidadade

Youssof Fofana é um dos adeptos do islamismo que jogam no Campeonato Francês - Franck Fife / AFP

A Federação Francesa de Futebol (FFF) decidiu seguir um caminho contrário ao da Premier League e proibiu a paralisação de jogos da Ligue 1 para a quebra de jejum e outros aspectos envolvendo o Ramadã. O período sagrado para os adeptos do islamismo, em grande número no futebol francês, envolve a restrição alimentar durante as horas do dia em que houver luz do sol.

Em e-mail enviado a seus associados, divulgado na imprensa do país nesta sexta-feira (31), a Comissão Federal de Árbitros pediu para que os árbitros não parem os jogos para a alimentação. A argumentação é a de que as possíveis paralisação contrariam o artigo 1º do estatuto da FFF, que fala em prevenir, por meio da neutralidade, a discriminação e ataques à dignidade por política ou religião.

"O futebol não considera as questões políticas, religiosas, ideológicas ou sindicais de seus atores. Esse princípio se aplica a federações, clubes e árbitros. Cabe a todos fazer com que isso seja respeitado [...] Um campo de futebol e um estádio não são locais de expressão política e religiosa, são locais de neutralidade onde devem prevalecer os valores do esporte", dizem trechos do comunicado.

Na Premier League, os árbitros foram autorizados a fazer as paralisações e instruídos a consultar os atletas antes de cada partida para entender quem são os adeptos dos islamismo em campo. A recomendação vale para a partidas noturnas — quando eles podem quebrar esse jejum —, nas quais os atletas podem ingerir suplementos e energéticos líquidos e em gel.

O meia Youssouf Fofana (Monaco), o lateral Hakimi e o zagueiro Kimpembé (PSG) são alguns dos que seguem a religião. Na França, cerca de 10% da população também é adepeta ao islamismo.