Varejo

Em processo de reestruturação, Marisa registra prejuízo de R$ 391 milhões no ano passado

Volume de perdas é maior que o obtido em 2021

Lojas Marisa - Divulgação

A rede de varejo Marisa registrou prejuízo líquido de R$ 391 milhões no ano passado, aumentando o volume de perdas em relação ao ano de 2021, quando o resultado ficou no negativo em R$ 91 milhões.

Em fevereiro deste ano, a companhia iniciou processo de reestruturação interna com o objetivo de melhorar sua liquidez no curto prazo. Em mensagem aos acionistas, João Pinheiro Nogueira, diretor-presidente da varejista, disse que a “elevadíssima taxa de juros prevalecente no Brasil impactou tanto a operação de varejo como o custo da operação do braço financeiro”.

Com isso, em 2022, as despesas financeiras somaram R$ 360 milhões, número 81,4% maior que os R$ 198,4 milhões em 2021.

Ao explicar o plano de reestruturação, o executivo disse que a previsão é de fechamento de cerca de 90 lojas deficitárias. Isso deverá viabilizar a geração de caixa extra em torno de R$ 30 milhões por ano. A diretoria trabalha em um novo plano de otimização operacional e prevê aporte de capital de R$ 90 milhões.

Além disso, a companhia está fazendo um uma revisão no braço financeiro da rede, a Mbank (cartão private label e que oferece empréstimo pessoal), com capitalização de R$ 90 milhões.

Em 2022, a dívida bruta da empresa chegou a R$ 874,5 milhões, uma queda de 1% em relação ao ano anterior.

Por outro lado, a receita líquida alcançou R$ 2,784 bilhões, uma alta de 10,2%. O crescimento do braço de varejo foi de 11,0% em relação a 2021, impulsionada pelas vendas nas lojas físicas e pelo aumento de ticket médio, após atualização do mix de produtos.

“Esse resultado não satisfaz, mas é o lastro para a segunda etapa do processo de recuperação de rentabilidade, focado na redução de custos operacionais”, disse o executivo em carta aos acionistas, destacando que houve aumento na provisão para devedores duvidosos.