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Lula diz para ministros que "a obsessão do governo agora tem que ser fazer investimentos"

Lula se reuniu com 20 ministros no Palácio do Planalto em primeira grande agenda após a pneumonia

Lula - Evaristo Sá/AFP

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou a ministros nesta segunda-feira (3) que a "obsessão do governo" deve ser criar investimentos e condições para estimular o crescimento do país. Lula disse ainda que está "otimista" com a proposta de parcerias público-privadas (PPPs) que o governo está discutindo.

"A obsessão do governo agora tem que ser fazer os investimentos, criar condições. Estou otimista com a proposta de PPP que vamos colocar em discussão, estou muito otimista. Temos que ter como obsessão fazer esse país voltar a crescer" afirmou Lula durante reunião com ministros.

Como O GLOBO mostrou, uma das alternativas em análise pela equipe econômica é usar um fundo para cobrir eventuais calotes de governadores e prefeitos, ponto recorrentemente criticado pelo setor privado. Um dos principais focos do programa será o investimento em mobilidade urbana, como metrô, veículos leves sobre trilhos (VLTs) e BRTs, o sistema de corredor para ônibus. Também podem ser incluídas obras em rodovias e projetos de resíduos sólidos e iluminação pública.

Lula deu a declaração durante reunião com 20 ministros no Palácio do Planalto nesta segunda-feira. Essa é a primeira agenda do presidente fora do Palácio da Alvorada após uma semana de compromissos limitados enquanto se recuperava de uma pneumonia bacteriana.

O presidente tem se reunido com grupos de ministérios separados por temáticas para otimizar os encontros e as pautas de cada pasta. A ideia é que essas reuniões sejam uma primeira apresentação das ações desenvolvidas por cada ministério nos cem primeiros dias de governo e para o restante da gestão.

Na próxima segunda-feira, dia 10 de abril, quando o governo completa a marca de cem dias, Lula fará uma reunião com toda a Esplanada para levantar as ações feitas até a data e as que serão apresentadas até o final do ano.

"O objetivo dessa reunião é fazer um levantamento de como está cada ministério nesse momento, como está preparando as suas atividades porque na segunda feira, dia 10, vamos ter a reunião de 100 dias de governo, que vamos fazer avaliação do que conseguimos recuperar e colocar em funcionamento" afirmou Lula, completando: "Ao fazer uma avaliação dos cem dias, a gente vai ter que anunciar o que vamos fazer para frente porque os cem dias vão fazer parte do passado."

A intenção do governo é que as PPPs façam parte do plano de obras nos moldes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), marca das gestões petistas de Lula e Dilma Rousseff.

As PPPs são um modelo de concessão que pode envolver construção, operação e manutenção de diferentes ativos e serviços. No caso das concessões puras — como nos aeroportos federais — o ente privado é remunerado exclusivamente por meio da tarifa cobrada dos usuários.

A parceria público-privada pode ser usada para garantir uma tarifa mais barata e também em áreas onde a atratividade para o setor privado é menor. Por isso, o governo considera o modelo especialmente vantajoso em segmentos como o de mobilidade, de maneira a não onerar demasiadamente a tarifa do consumidor.

Lula ainda se mostrou otimista com o crescimento da economia e que não "concordava "com as avaliações negativas sobre o crescimento do PIB. Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira mostrou estabilidade no crescimento econômico neste ano e mostrou uma média de crescimento de 0,90% do PIB para 2023.

"Eu disse para o Haddad que não concordo com as avaliações negativas de que o PIB vai crescer 0 não sei das quantas, 0,1. Vamos ver o que acontecer quando a chamada economia micro, pequena e média começar a acontecer nos rincões desse país. Vamos ver o que vai acontecer quando as pessoas começarem a produzir mais, comprar mais, vender mais. A gente vai perceber que a economia vai dar um salto importante."

O presidente disse ainda que "vai acontecer mais coisa no Brasil do que as pessoas estão prevendo" e que dependeria da disposição e do discurso da área econômica e produtiva porque "ninguém vai investir em cavalo que não corre".

"Eu disse para o Haddad que não concordo com as avaliações negativas de que o PIB vai crescer 0 não sei das quantas, 0,1. Vamos ver o que acontecer quando a chamada economia micro, pequena e média começar a acontecer nos rincões desse país. Vamos ver o que vai acontecer quando as pessoas começarem a produzir mais, comprar mais, vender mais. A gente vai perceber que a economia vai dar um salto importante."

O presidente disse ainda que "vai acontecer mais coisa no Brasil do que as pessoas estão prevendo" e que dependeria da disposição e do discurso da área econômica e produtiva porque "ninguém vai investir em cavalo que não corre".