Combustível

Petrobras reajusta combustível de aviação em 1,8% em abril, e linhas aéreas reclamam

Querosene de aviação tem alta acumulada de 40% desde janeiro de 2022

Marcelo Camargo/Agência Brasil

O querosene de aviação (QAV), combustível usado na aviação comercial, teve reajuste médio de preço de 1,78% na comparação com o praticado em março e foi divulgado pela Petrobras nesta segunda-feira. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que reúne duas das três maiores companhias do setor (Latam e Gol) criticou a medida.

No mês passado, houve redução de 13,8% no preço do QAV praticado pela estatal, o que havia sido comemorado pelas aéreas.

Os atuais patamares de preço, de acordo com a Abear, fazem com que o Brasil pratique um dos maiores preços do mundo para a commodity, o que pressiona as pequenas margens do segmento.

Desde janeiro do ano passado, a alta do combustível dos aviões é de 40%. "É importante ressaltar que o QAV responde por cerca de 40% dos custos de uma companhia aérea, que por sua vez têm uma parcela de quase 60% dolarizada", disse a Abear em nota.

De acordo com as companhias aéreas, o combustível alto, associado ao real desvalorizado, ajudam a explicar os preços altos das passagens aéreas. De acordo com dados da Anac, a tarifa doméstica média de janeiro a dezembro de 2022 foi de R$ 635,76, um aumento de 21,65% em relação aos valores de 2021.

Mesmo assim, as empresas têm tido demanda crescente por voos e, na aviação doméstica, já operam em níveis similares ou superiores aos registrados antes da pandemia.

“O preço do QAV permanece sendo um dos maiores desafios para a aviação comercial brasileira, que é muito impactada pelo atual cenário de intensa volatilidade das cotações do dólar e do combustível. A isso soma-se a perda do poder de consumo da população nos últimos anos”, diz o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz, em nota.