Brasil

Governo Lula exonera corregedor-geral da PRF em meio a investigações sobre atuação nas eleições

Wendel Benevides Matos havia sido nomeado na véspera da disputa eleitoral

PRF/ Divulgação

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dispensou nesta quarta-feira (5) o corregedor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Wendel Benevides Matos. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) por meio de uma portaria assinada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa. Como corregedor, Wendel era o responsável por investigações internas da corporação.

Wendel foi nomeado para a função durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Sua indicação para o cargo saiu em setembro, um mês antes do segundo turno das eleições, quando a PRF realizou bloqueios e blitze em rodovias do país, em especial no Nordeste, que dificultaram o transporte de eleitores. A operação rendeu a abertura de um inquérito pela PF para apurar a participação do ex-diretor da corporação, Silvinei Vasques, nas ações.

A investigação foi solicitada pelo Ministério Público Federal com o objetivo de apurar dois fatos. O primeiro é a responsabilidade de Vasques na realização de blitz da PRF no segundo tuno da eleição. O segundo é se Vasques praticou omissão em relação aos bloqueios de rodovias feitos por manifestantes bolsonaristas em protesto ao resultado da eleição.

Como mostrou a colunista do Globo Bela Megale, a PF também investiga a atuação do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, Anderson Torres nas operações. Para os investigadores está “evidente” a participação de Torres na ação, em especial após sua viagem à Bahia para pedir apoio da própria PF à PRF para interferir na locomoção de eleitores, como informou a colunista Malu Gaspar.

O inquérito policial sobre esse caso aponta que, sob o comando de Torres, a área de inteligência do Ministério da Justiça fez um levantamento entre o primeiro e o segundo turno de 2022 que detalhou os locais onde Lula foi mais votado. A informação foi revelada pelo colunista Lauro Jardim.