Cada vez mais países reprimem cidadãos no exterior, denuncia Freedom House
A Freedom House atribui 30% dos casos registrados desde 2014 ao governo da China
Um número cada vez maior de países recorre a sequestros, violência ou deportações contra cidadãos no exterior para reprimir qualquer forma de dissidência, denuncia um relatório do centro de pesquisas Freedom House publicado nesta quinta-feira (06), que cita a China como principal violador.
A Freedom House, organização independente mas amplamente financiada pelo governo dos Estados Unidos, identifica no documento 854 casos de "repressão transnacional" executados por 38 Estados desde 2014.
No ano passado, 20 governos executaram tais atos, incluindo Bangladesh e Djibouti pela primeira vez.
A Freedom House atribui 30% dos casos registrados desde 2014 ao governo da China e menciona tentativas de pressão sobre outros Estados para extraditar à força membros da minoria uigur que, segundo o governo dos Estados Unidos, é vítima de um "genocídio" na província de Xinjiang.
"Apesar do aumento da conscientização sobre o problema, cada vez mais governos autoritários tentam exercer controle sobre a diáspora e as comunidades de exilados", disse Michael Abramowitz, presidente da Freedom House.
A organização recomenda que os outros Estados adotem medidas para acabar com a repressão transnacional, incluindo sanções específicas e a restrição de ajuda para questões de segurança.
A Turquia é a segunda maior responsável por casos, de acordo com o relatório. Ancara persegue exiliados desde a tentativa de golpe de Estado de 2016 contra o presidente Recep Tayyip Erdogan.
Também tenta usar o pedido de adesão da Suécia à Otan como moeda de troca para a entrega de exilados. Em vão, até o momento, segundo o relatório.
Rússia, Tadjiquistão, Egito, Belarus, Irã, Ruanda e Bangladesh também aparecem na lista.