Pomodoro Caffè reabre no Recife com cozinha italiana tradicional
Restaurante do chef Duca Lapenda volta à casa na Zona Sul e mantém a essência de servir clássicos
Quantas marcas você conhece que sobrevivem no imaginário popular por longos anos, mesmo sem ocupar as 'prateleiras' de forma rotineira?
Conectar-se a um público de forma perene é um dos maiores legados de qualquer negócio, e um dos mais complexos (e raros) de se construir.
E é esse um dos grandes méritos da marca Pomodoro Café, atualmente grafada Pomodoro Caffè, fundada pelo chef de cozinha Duca Lapenda lá nos idos de 1998 e 1999, no Interior do Estado, precisamente no município de Gravatá.
Após muitas mudanças ao longo dos últimos anos - de endereço, de sociedade, de rumo de vida do proprietário e até fechamento temporário - sem nenhum medo de errar, o Pomodoro continuou vivo na memória de um séquito de recifenses.
E para felicidade dos órfãos da culinária aprazível de Duca, um alento: ele está de volta a pleno vapor na rua Capitão Rebelinho, no Pina, Zona Sul do Recife. Um revival e tanto, não?
Como se tornar inesquecível?
O motivo de não ser esquecido? Alguém, um dia, falou: "se eu soubesse a fórmula do sucesso de um restaurante, eu estaria milionário vendendo-a".
Obviamente, não há como adivinhar se uma casa permanecerá ou terá morte prematura em um mercado tão acirrado quanto o de alimentação fora do lar, mas o Pomodoro é um caso pronto e, portanto, possível de mapear seu sucesso sobretudo afetivo.
Aparentemente simples, a cozinha do restaurante é prioritariamente artesanal. Lapenda é um artesão nato, fazedor exímio, obcecado por processos, explorador de ingredientes, como pouquíssimos profissionais do ramo, localmente falando.
Partindo daí, a comida servida no Pomodoro Caffè é simples, direta nos sabores, mas altamente complexa nos bastidores; nós, consumidores, percebemos isso livre de qualquer conhecimento especializado - gostamos apenas por ser muito boa. E isso basta.
Burrata, muçarela, massas recheadas, molhos, curas, tudo o quanto possível é desenvolvido na sua cozinha. Itens de charcutaria são feitos sob medida por fornecedores especializados.
Somando-se a isso, outro 'quê' que mantém o nome Pomodoro aquecido, mesmo quando de portas fechadas sem data para voltar, é a presença do próprio Duca como anfitrião presente, recebendo clientes como se fossem amigos - muitos, de fato, o são, e tantos outros se tornam próximos, tecendo conversas sobre um tudo: comida, política, economia, família.
E quem não gosta disso? Comida e boa conversa formam a essência desse restaurante de coração e DNA compartilhados entre Pernambuco e Itália.
Vamos à mesa
Ao contrário do que acontece na cozinha, que se mantém a mesma na paleta de sabores, aprimorada em uma apresentação aqui e acolá, a identidade visual da casa mudou radicalmente.
As toalhinhas xadrezes e as quinquilharias deram lugar a um ambiente clean e leve, com capacidade enxuta de 50 lugares, assinado pela esposa e companheira de empreitada do chef, Andrea Costa.
Dentre os hits 'pomodorinos', o sorrentini alle mele (R$ 56), raviólis de massa fresca recheados com maçã caramelizada, creme de gorgonzola e nozes é um dos que integram o time de highlights, no qual o pódio é ocupado pelo clássico penne di mare (R$ 85), um vistoso envelope de alumínio forneado, preenchido com camarão e mix de cogumelos frescos, envolvendo penne de grano duro, mais queijo mascarpone cremoso.
O polpetonne alla pizzaiola (R$ 64), servido em uma charmosa panelinha de ferro, que mantém a comida aquecida, é outro prato popular: uma bola graúda de carne empanada, recheada com muçarela fresca, queijo parmesão, sobre tagliatelle verde fresco ao molho de tomate encorpado.
Entre as novidades, chamam atenção as sobremesas, 100% focadas em pasticceria clássica. Há canolli com recheios de pistache e ricota com limão siciliano, croissant de chocolate com ganache e toast de brioche, uma rabanada polvilhada com açúcar e canela, regada com delicadíssimo creme de baunilha e finalizada com frutas vermelhas frescas disponíveis no dia. Não falta ainda o clássicão tiramissù.
Mais sobre Duca Lapenda
Depois de Gravatá, o restaurante mudou-se para a rua Capitão Rebelinho, no ano de 2000, onde funcionou até 2007. Nesse período, o restaurante pulou de 50 para 150 lugares.
Em 2011, se mudou da Zona Sul do Recife e se instalou na Zona Norte, no bairro de Casa Forte, em sociedade, em 2013, onde ficou até meados 2016. Novamente, fechou o restaurante.
Nesse ínterim, Lapenda se dedicou exclusivamente às consultorias, no Nordeste e em Portugal, onde implantou empreendimentos em Cascais.
Antes de retornar ao Recife para estruturar o novo Pomodoro Caffé, a convite do proprietário do ponto comercial que fez sucesso com a casa italiana, Duca estava trabalhando no projeto de um café na capital paulistana junto com Andrea.
Bem-vindos, Duca e Pomodoro, vocês são protagonistas da evolução do mercado gastronômico do Recife.
SERVIÇO
Pomodoro Caffè
Rua Capitão Rebelinho, 418, Pina
Informações: 81 - 99650.7277
Instagram: @pomodoro_caffe