Renegociação de dívidas

Haddad diz que programa Desenrola ainda precisa superar problemas operacionais

Na estimativa inicial da Fazenda, programa poderá renegociar uma dívida total de R$ 50 bilhões de 37 milhões de pessoas

Fernado Haddad, ministro da Fazenda - Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda

A aposta do governo Lula para a renegociação de dívidas de pessoas físicas está dependendo da adesão de empresas privadas, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O chamado ‘Desenrola’ funcionará como uma plataforma única para centralizar as demandas de pessoas endividadas e intermediar a negociação com as empresas.

Para isso, o governo precisa dos chamados “birôs de crédito”, como Serasa e SPC, que concentram os dados de negativados do setor privado. Na estimativa inicial da Fazenda, o Desenrola poderá renegociar uma dívida total de R$ 50 bilhões de 37 milhões de pessoas. O programa vai tratar da renegociação de dívidas por pessoas físicas, com foco em quem recebe até R$ 5 mil.

— Estamos com um problema operacional, que é fazer o software [operacionalizado como uma plataforma] para o credor encontrar o devedor. Queremos garantir a renegociação da dívida, para que o desconto que o devedor tenha seja o maior possível. Para isso, eu preciso do apoio dessas empresas que negativam os CPFs dos consumidores. São três ou quatro — disse o ministro em entrevista à Bandnews.

Segundo Haddad, o governo está buscando “convencer” as empresas à aderir ao “software”, disponibilizando os dados de quem deve para o setor privado.

— Está todo mundo em uma mesa desenvolvendo o software. Depende mais deles do que do governo. Eu estou lutando para o primeiro semestre deste ano botar no ar — detalha.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Banco do Brasil, e a Caixa Econômica Federal, construíram com a modelagem do programa do governo Lula.