Mais de 30 crianças voltam à Ucrânia após deportação ilegal para a Rússia
De acordo com Kiev, mais de 16 mil crianças ucranianas foram deportadas para a Rússia desde o início da invasão
Trinta e uma crianças retornaram à Ucrânia depois que foram levadas ilegalmente para a Rússia a partir de territórios ucranianos ocupados pelo exército russo, informou uma instituição de caridade neste sábado (8).
"Hoje damos as boas-vindas a outras 31 crianças, que haviam sido enviadas ilegalmente para a Rússia a partir dos territórios ocupados", anunciou nas redes sociais Mykola Kuleba, que dirige a associação Save Ukraine.
Os menores de idade viviam nas regiões Kharkiv (nordeste) e Kherson (sul), ocupadas pelo exército russo há um ano e libertadas pelos ucranianos no último outono (hemisfério norte, primavera no Brasil), explicou a associação estatal, que combate o que considera deportações ilegais de crianças.
De acordo com a Save Ukraine, o grupo de crianças chegou na sexta-feira (7) a territórios ucranianos controlados por Kiev.
Imagens divulgadas pela organização mostram que elas atravessaram a fronteira a pé e embarcaram em um ônibus para continuar a viagem.
Kuleba elogiou as "mães heroicas" que viajaram a territórios russos, ou controlados pelos russos, para recuperar seus filhos em uma das missões "mais difíceis" da organização de caridade.
Durante a viagem, uma senhora que queria resgatar dois netos morreu por causa do "estresse", explicou Kuleba.
Segundo o diretor da associação, as mães ucranianas foram "interrogadas durante 13 horas" por agentes dos serviços secretos russos.
Ainda de acordo com Kiev, mais de 16 mil crianças ucranianas foram deportadas para a Rússia desde o início da invasão, em 24 de fevereiro do ano passado.
Moscou nega as acusações e afirma que enviou as crianças a territórios russos para que escapassem dos horrores da guerra.