Política

Em 100 dias, Lula continua jogando pedras em Bolsonaro

Lula usa imagem de Alckmin aplicando vacina bivalente contra a Covid-19 - Fabio Rodrigues - Pozzebom /Agência Brasil

Ao invés de mostrar o que foi possível fazer em 100 dias, o presidente Lula (PT) usou uma estratégia diferente: ao jogar a culpa no descalabro que o País enfrenta, não assumiu nenhum erro. Em vídeo oficial divulgado para marcar o tempo de governo, jogou a culpa no antecessor, o ex-presidente Bolsonaro. A peça já inicia com notícias referentes a Bolsonaro, falando na alta da inflação, na subida dos combustíveis e na fome.

"Por um momento, a luz da esperança quase se apagou", diz o mesmo vídeo, que começou a ser veiculado pelas redes sociais ontem mesmo, véspera da data fechada dos 100 dias, nesta segunda-feira. Depois, a campanha procura passar a ideia de que Lula iniciou a reversão de alguns desses problemas com uma espécie de resumo do que ele fez no início do novo mandato.

Em um dos momentos, a gravação exalta as ações tomadas por Lula referentes às chuvas no litoral de São Paulo em fevereiro. No corte, aparece uma imagem de Lula com Tarcísio de Freitas (Republicanos) quando falaram a jornalistas sobre o assunto. O governador de São Paulo foi um dos ministros de Bolsonaro. Ao falar da retomada do programa Minha Casa Minha Vida, a propaganda fala em "30.000 unidades" distribuídas pela população em um título destacado.

Entretanto, uma observação com menos destaque fala que essa é a previsão para o acumulado até o fim de 2023. Outra imagem explorada é a vacinação com a vacina bivalente de covid-19 em março. Quem aplicou o imunizante em Lula foi Geraldo Alckmin (PSDB), vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Comércio e Indústria. O vídeo ainda traz cortes dos encontros de Lula com líderes internacionais em 2023. Ele se reuniu com Alberto Fernandez (Argentina), Joe Biden (EUA) e Olaf Scholz (Alemanha).