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Forças israelenses matam adolescente palestino na Cisjordânia

Desde o início do ano, o conflito israelense-palestino matou pelo menos 94 palestinos, 18 israelenses, uma ucraniana e um italiano

Forças israelenses matam adolescente palestino na Cisjordânia - Ahmad Gharabli / AFP

Um adolescente palestino morreu nesta segunda-feira (10) em uma operação militar israelense na Cisjordânia ocupada, em um novo episódio na escalada de violência na região nos últimos dias.

O Exército de Israel informou em um comunicado que as "forças de segurança executavam uma operação em Aqabat Jaber", um campo de refugiados próximo a Jericó, sem revelar detalhes.

O Ministério da Saúde palestino anunciou em uma nota, divulgada alguns minutos depois, a morte de Mohamed Fayez Balhan, de 15 anos, "atingido por tiros da ocupação" na cabeça e no peito.

O movimento radical palestino Hamas denunciou uma "execução sumária por parte das forças de ocupação israelenses".

A operação aconteceu um dia após os funerais de duas jovens israelenses que morreram na sexta-feira em um ataque palestino na área de Jericó.

A violência aumentou consideravelmente desde quarta-feira da semana passada, dia em que as tropas israelenses invadiram com violência a mesquita de Al-Aqsa de Jerusalém, o terceiro local mais sagrado islã, uma intervenção muito criticada pela comunidade internacional.

Após a operação foram registrados atentados, lançamentos de foguetes procedentes de Gaza, Líbano e Síria, seguidos por represálias israelenses, que prejudicaram as celebrações das Páscoas judaica e cristã, assim como do Ramadã muçulmano.

As tropas israelenses invadiram a mesquita de Al-Aqsa duas vezes na quarta-feira e retiraram os fiéis, com violência, durante as orações noturnas, em pleno Ramadã, mês sagrado de jejum para os muçulmanos.

Israel afirmou que as forças de segurança foram obrigadas a agir para "restabelecer a ordem", devido à presença de "extremistas" na mesquita.

Na quinta-feira, mais de 30 foguetes foram lançados contra o território israelense a partir do Líbano, o que provocou danos materiais.

O Exército do Estado hebreu respondeu com ataques contra Gaza e o sul do Líbano.

Mobilização
Na sexta-feira à noite, Israel anunciou a mobilização de unidades de reservistas da polícia e de reforços militares, após um atentado com um carro em Tel-Aviv que matou um turista italiano. Um ataque na manhã do mesmo dia matou duas israelenses, de 16 e 20 anos, na Cisjordânia.

"Se um terrorista pensa que, durante o período de festividades, poderá escapar das forças de segurança, está enganado. Vamos lidar com qualquer um que aja contra nós", alertou o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, no Twitter no domingo.

Nesta segunda-feira, centenas de israelenses participaram de uma passeata nas proximidades de Eviatar, um assentamento que não é reconhecido pelas autoridades israelenses, para exigir que o local seja legalizado.

A presença de vários ministros era aguardada, incluindo o titular da Segurança Pública, Itamar Ben Gvir. Este último, um grande apoiador da causa dos colonos na Cisjordânia, declarou em um vídeo que "Israel não se rende diante do terrorismo, nem em Eviatar, nem em Tel Aviv".

Em 2021, o Exército israelense matou vários palestinos a tiros na localidade de Beita, ao lado de Eviatar, durante protestos contra o assentamento.

Desde o início do ano, o conflito israelense-palestino matou pelo menos 94 palestinos, 18 israelenses, uma ucraniana e um italiano, de acordo com um balanço da AFP com base em informações divulgadas por fontes oficiais.

Os números incluem combatentes e civis, inclusive menores de idade, do lado palestino, e civis, incluindo menores, e três membros da minoria árabe, no lado israelense.