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Endividamento dos países volta a subir, alerta FMI

A China e os Estados Unidos estão especialmente preocupados, já que seu rácio da dívida em relação ao PIB deve chegar a 100% e 135%, respectivamente

Edifício da sede do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Washington - Mandel Ngan / AFP

Após dois anos de queda, as dívidas dos Estados devem aumentar em todo o mundo e retornar aos níveis pré-pandêmicos até 2028, se nada for feito a respeito, alertou o FMI nesta quarta-feira (12).

Essa é, pelo menos, a conclusão do relatório sobre políticas orçamentárias, o Monitor Fiscal, divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Temos visto um ajuste acentuado do rácio da dívida após o aumento observado em 2020, graças à reabertura da economia e à forte recuperação observada, mas também devido à inflação, porque foi inesperada, o que tem contribuído para aumentar temporariamente a arrecadação de impostos", afirmou o diretor do Departamento de Assuntos Orçamentários do Fundo, Vitor Gaspar, em conversa com a AFP.

"Mas observamos uma estabilização na queda dos déficits públicos e inclusive um investimento relativo à dívida, que volta a subir em 2023. A consequência é que o nível da dívida em 2028 deve voltar a ficar próximo de 100% do PIB", nível atingido durante a pandemia da Covid-19, acrescentou o responsável.

Trata-se de uma recuperação do rácio da dívida da maioria dos países desenvolvidos e emergentes, com a notável exceção da zona do euro.

A China e os Estados Unidos estão especialmente preocupados, já que seu rácio da dívida em relação ao PIB deve chegar a 100% e 135%, respectivamente, em cinco anos, níveis nunca antes vistos em ambos os países.

Para a China, isso representará, inclusive, uma duplicação do nível da dívida pré-pandemia, disse o FMI.

As duas primeiras potências econômicas também serão responsáveis pela maior parte do aumento acumulado até 2028, enfatizou o Fundo.