RIO DE JANEIRO

Homem que ateou fogo em ônibus no Rio morre com queimaduras cinco dias após incêndio

Uma criança de quatro anos morreu após o coletivo ser incendiado por Cléber da Conceição Sirilo

Ônibus incendiado em Duque de Caxias (RJ) - reprodução/vídeo

O homem que ateou fogo a um ônibus, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no último dia 5, morreu no Hospital Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, onde estava internado. Cléber da Conceição Sirilo, de 39, teve 50% do corpo atingido por queimaduras. Ele foi preso em flagrante logo após o incêndio, que também causou a morte de uma criança, de 4 anos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Cléber morreu na noite da última segunda-feira(10).

Uma das vítimas do ataque, a pequena Heloíse Victória da Silva Ribeiro, de 4 anos, foi enterrada na última sexta-feira, no Cemitério Nossa Senhoras das Graças, em Duque de Caxias. A menina, que teve queimaduras de 2° e 3° graus em 90% do corpo, e morreu na noite de quinta no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, no mesmo município.

A mãe, a dona de casa Larissa Silvestre da Silva, de 26 anos, segue internada em estado grave, também com 90% do corpo queimado e trava uma batalha pela vida.

Larissa sofreu as queimaduras quando tentava salvar a vida da filha, protegendo-a com o corpo, durante o incêndio ao ônibus. O veículo foi atacado por Cléber, que jogou um líquido inflamável no chão do coletivo. Ela e a menina estavam sentadas nos primeiros bancos, e não conseguiram sair a tempo. As duas estavam a caminho de um curso de radiologia, no Centro de Duque de Caxias.

De acordo com parentes, Larissa estava fazendo o curso para tentar arrumar um emprego na área e, assim, aumentar a renda da família.

Identificado como Cléber da Conceição Sirilo, de 39 anos, o suspeito de atear fogo no ônibus foi preso em flagrante por policiais civis que passavam pela Avenida Brigadeiro Lima e Silva, local em que o veículo foi incendiado.

A polícia ainda não sabe a motivação do homem para o crime. O que a Polícia Civil já apurou é que Cléber embarcou no coletivo com uma espécie de sacola onde estavam dois galões plásticos. Quando o veículo trafegava pela avenida, no Centro de Caxias, ele usou uma faca para furar os galões. Em seguida, espalhou um líquido inflamável no chão e ateou fogo.

Na última sexta-feira, dia 8, a Justiça havia convertido em preventiva a prisão em flagrante de Cléber. A decisão foi tomada durante uma audiência de custódia, realizada em Benfica, na Zona Norte do Rio. No despacho que justificou a decretação da prisão preventiva do suspeito, a juíza esclareceu que o homem agiu com intenção de matar os passageiros do veículo ao colocar fogo no coletivo e que a ação praticada indica crueldade.

Larissa Silvestre da Silva, mãe de Heloíse, foi transferida de um hospital particular, em Duque de Caxias, para um hospital estadual, em Nilópolis, também na Baixada Fluminense. De acordo Rafael Gabriel Ribeiro, de 32, enteado de Larissa, ela está internada em estado grave.

Rafael disse que sua madrasta continua lutando pela vida. Ele comentou a morte do homem que ateou fogo no ônibus.

— Agora sabemos que ele não vai fazer isso com mais ninguém — concluiu Rafael.