BRASÍLIA

Ex-senador Romero Jucá adverte que Lula precisa "baixar a bola" e negociar mais

Para o ex-senador, o início do terceiro mandato do presidente está marcado por muitas turbulências. Para ele, Lula precisa exercitar mais a arte do convencimento

Ex-senador Romero Jucá - MDB-RR / Divulgação

O ex-senador Romero Jucá, embora esteja há quatro anos sem mandato, continua mergulhado nos mares da cena nacional, em Brasília e no Estado de Roraima, onde aterrissou, há muitos anos, saindo de Pernambuco.

Presidente do diretório do MDB de Roraima e integrante da executiva nacional do partido, Jucá tem se constituído num observador atento do Governo Lula, que no seu entender, precisa fazer mais política.

Para ele, embora o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha sido marcado por um clima de muitas turbulências e de ainda muita divisão e exacerbação política, quanto mais ele exercitar a arte do convencimento pela política, melhor. "É negociando mais com o Congresso que Lula vai conseguir dar ao povo brasileiro mais oportunidades de emprego e renda", diz, numa conversa com a Folha.

E acrescenta: "O presidente tem que deixar as brigas para trás e 'baixar a bola'. Governo que é governo não briga. Ele tem que apresentar resultados e o presidente tem que conquistar mais pessoas para o seu lado. Lula tem o desafio de conquistar uma parte do centro e, portanto, acho que o governo tem que focar nisso".

Jucá disse ainda que Lula tem que governar com o bom senso, com equilíbrio. "O povo brasileiro quer trabalhar, ter salário, quer ter renda, quer ter condições de vida melhor. Lula já fez isso quando foi presidente, elevou o padrão de consumo de vida do brasileiro. Portanto, acho que ele tem a experiência e todas as condições políticas e operacionais de fazer esse trabalho novamente", complementou.

Sobre a dificuldade do presidente conseguir maioria para aprovar os projetos enviados pelo Governo, Jucá defende que essa maioria só é possível conquistar fazendo política. "O governo tem que fazer política. Tem que articular, atender e ter limites. Acho que o governo tem que ter esse padrão ético também. Eu acho que os deputados e senadores querem ajudar, o que está faltando é uma definição e o governo começar a funcionar. Porque quando o governo não anda, as pessoas ficam do lado de fora da carruagem esperando para saber o que vai acontecer", afirmou.