No primeiro dia de Lula na China, chineses ignoram taxação do varejo online
Lula se reuniu com empresários em Xangai e terá compromissos oficiais com autoridades chinesas nesta sexta-feira, em Pequim
No primeiro dia de compromissos oficiais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na China não houve cobranças ou perguntas de empresários e investidores chineses sobre o aperto na fiscalização de encomendas importadas de valores até 50 dólares, nos encontros realizados em Xangai. A medida atinge diretamente grupos de varejo asiáticos.
Interlocutores ouvidos pelo GLOBO que fazem parte da comitiva de Lula disseram não acreditar que, nesta sexta-feira, quando o presidente se encontrar como autoridades chinesas, em Pequim, será necessário esclarecer a medida. Isto porque não se trata de uma ação discriminatória, ou seja, atinge produtos de todos os países, e não apenas da China.
Segundo a área econômica do governo Lula, há inúmeros casos de fraudes cometidos por empresas para burlar a legislação e, com isso, sonegar uma taxa de 60% sobre o valor da mercadoria. Só há isenção quando a venda é de uma pessoa física para outra pessoa física. Há firmas que usam nomes fictícios como remetentes dos produtos pelos correios para não pagar imposto.
Uma fonte do governo que integra a comitiva de Lula na China disse que o clima é de tranquilidade. A avaliação é que a medida é correta. "Taxar produtos importados é a regra e fazer cumprí-la é obrigação de qualquer Estado", disse esse interlocutor.