Conflito

Taiwan faz simulações de emergência após manobras chinesas

Os exercícios de Pequim incluíram a simulação de ataques aéreos e o teste de cerco marítimo à ilha

A prefeita de Taichung, Lu Shiow-yen, durante um exercício civil enquanto imita um ataque chinês em Taichung - Sam Yeh/AFP

Uma cidade taiwanesa fez vários exercícios de preparação para desastres nesta quinta-feira (13), incluindo supostos ataques com mísseis, explosões de armas químicas e um atentado em uma estação de metrô, como parte de um programa que acontecerá em todo o país até julho.

Mais de 1.000 voluntários representaram esse leque de possíveis catástrofes na cidade de Taichung, no centro da ilha, apenas três dias depois de a China encerrar suas manobras militares em torno de Taiwan.

Os exercícios de Pequim incluíram a simulação de ataques aéreos e o teste de cerco marítimo à ilha, que considera parte do seu território. A China defende retomar o controle algum dia, até mesmo pela força, se necessário.

As simulações em Taichung geralmente se concentram em cenários de desastres naturais. Mas, este ano, os cenários de guerra dominaram a maioria desses exercícios.

Em um deles foi possível ouvir explosões e ver sinalizadores lançados contra um prédio residencial. Enquanto isso, os alto-falantes alertavam sobre um ataque da "China comunista".

Caminhões de bombeiros correram para o local com as sirenes tocando, enquanto escavadeiras e guindastes trabalhavam para remover os falsos escombros do local.

Em outro cenário, um gás colorido foi liberado para simular um ataque químico e uma equipe em trajes especiais interveio para salvar um civil inconsciente no meio de um tiroteio.

"Tenho orgulho de ser taiwanês e acreditar no nosso país. Precisamos aprender mais sobre prevenção de desastres e guerra", disse Chang Wei-chen, um funcionário do governo local de 40 anos. "Será útil para nós", acrescentou.

As autoridades da ilha têm preparado a população civil para a eclosão de um conflito, além de aumentar os gastos militares e formar reservistas.

As simulações também incluíram equipes de emergência correndo para retirar os feridos em macas e manequins sendo colocados em sacos para cadáveres.

"Essas simulações nos ajudam a cooperar melhor com o governo e com grupos civis e a promover o trabalho em equipe", afirmou Cheng Ho-chen, um mecânico de 55 anos que se tornou voluntário de busca e resgate.

As autoridades que acompanham o desenrolar desses eventos disseram que estar preparado é mais importante do que nunca.

"O que aconteceu no Estreito de Taiwan nos últimos dias deixou o mundo inteiro em alerta e despertou a preocupação dos nossos concidadãos", declarou à imprensa o prefeito da cidade, Lu Shiow-yen.

O exercício desta quinta-feira em Taichung foi o primeiro de uma série de 11 a serem realizados em Taiwan até julho.