Conflito

Marrocos impede mais de 150 migrantes de entrarem no enclave espanhol de Ceuta

Além dos detidos, 14 membros das forças de segurança e seis migrantes ficaram feridos durante a operação

Em 2021, imigrantes também nadaram até o território de Ceuta, enclave da Espanha no Marrocos, na tentativa de entrada ilegal no país. - Jon Nazca/Reuters

As forças de segurança marroquinas impediram nesta sexta-feira (14) mais de 150 migrantes originários da África subsaariana de entrarem ilegalmente no enclave espanhol de Ceuta, dos quais 70 foram detidos, segundo as autoridades locais.

A tentativa partiu da cidade fronteiriça de Castillejos, no Marrocos. "Cerca de 150 migrantes clandestinos, alguns deles com paus, pedras e armas brancas foram recusados pela força pública", indicaram à AFP autoridades locais.

Além dos detidos, 14 membros das forças de segurança e seis migrantes ficaram feridos durante a operação, informam as mesmas fontes.  Os feridos foram transferidos para o hospital de Castillejos.

O enclave de Ceuta, assim como o de Melilla, também espanhol, são as únicas fronteiras terrestres da União Europeia no continente africano e são alvos frequentes de tentativas de entrada de migrantes que pretendem chegar à Europa.

A imigração clandestina diminuiu mais de 25% na Espanha em 2022, em relação ao ano anterior, graças a uma cooperação favorecida por uma disputa diplomática entre Madri e Rabat no fim do ano passado. No entanto, as entradas por via terrestre a Ceuta e Melilla aumentaram 24,1%, indicou em janeiro o Ministério do Interior espanhol.

Cerca de 2.000 migrantes, em sua maioria sudaneses, tentaram entrar à força em Melilla em 24 de junho. Essa tentativa deixou 23 mortos entre os migrantes, segundo as autoridades marroquinas, e 27, segundo a Associação Marroquina de Direitos Humanos (AMDH), o balanço mais mortal registrado durante as tentativas de entrada de migrantes nas duas cidades autônomas espanholas.