Vaquinha para entregador agredido por ex-atleta de vôlei comprar casa própria passa de R$ 100 mil
Max Ângelo dos Santos, que foi agredido por Sandra Mathias Correia de Sá, publicou um vídeo em que diz que não vai desistir do caso, ocorrido em São Conrado, em que apanhou com guia de coleira de cachorro
Uma vaquinha virtual foi organizada nas últimas horas com o objetivo de arrecadar R$ 190 mil para o entregador de aplicativo Max Ângelo dos Santos, que foi agredido pela ex-atleta e professora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá. O valor será usado para ele e sua família comprarem uma casa própria e deixar o aluguel. A iniciativa tem o apoio do apresentador Luciano Huck e do ator João Vicente de Castro e já ultrapassou a marca de R$ 100 mil arrecadados em menos de 24 horas.
O que aconteceu com Max Ângelo?
A professora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá desferiu ao menos quatro chibatadas contra o entregador Max Angelo Alves dos Santos no último domingo. Ao passar por entregadores, começou a atacar verbalmente o grupo, dizendo para eles "voltarem para a favela".
Max registrou duas ocorrências contra Sandra Mathias, que foi banida de plataforma de delivery após o caso. Após a repercussão, Max ganhou do iFood uma motocicleta e uma bicicleta elétrica. Uma vaquinha para entregador agredido por ex-atleta de vôlei comprar casa própria já arrecadou de R$ 100 mil em menos de um dia
"Essa semana encontrei o Max esse ser humano incrível que foi covardemente agredido por uma Racista em são Conrado. Conversei com ele, perguntei qual era seu sonho e ele disse na hora: Sair do aluguel. Portanto abrimos uma vakinha (link nos stories) pra tentar comprar a casa dele. Qualquer valor ajuda e divulgar ajuda demais. Se você se revoltou e ficou com vontade de fazer alguma coisa por Max está aí a oportunidade. Vamos responder como sociedade, mostrar que somos mais amor que ódio", escreveu João Vicente em suas redes.
O entregador também ganhou uma motocicleta e uma bicicleta elétrica nesta sexta-feira. Nas redes sociais, circula um vídeo em que o entregador recebe as chaves da moto. Ao Globo, Max disse estar feliz com o presente, mas ainda está abalado por tudo o que aconteceu.
"Não estou conseguindo assimilar tudo, eu estou feliz, mas ao mesmo tempo muito triste ainda", disse o entregador.
Max tem usado seu perfil nas redes sociais para falar sobre o caso. Nas publicações, muitas mensagens de carinho e de apoio são enviadas por pessoas até mesmo de outros estados que souberam das agressões, após a grande repercussão na internet e em notícias. Já Sandra, tem recebido ofensas e xingamentos, não raro sendo chamada de racista.
"Meu nome é Max, eu sou entregador que sofreu aquela agressão da senhora Sandra Mathias, ocorrido no dia 9, domingo de Páscoa, e eu venho aqui hoje pedir, primeiro de tudo eu queria pedir desculpas a todos porque eu não consegui responder a todas as mensagens, né? Eu queria agradecer a todos pelo carinho, pela atenção, pelo comprometimento, pelo amor que vocês tiveram por mim, por vocês terem me abraçado e terem abraçado essa causa também que é a questão do racismo, que hoje ela está tão óbvia, né? Quero dizer para vocês que eu vou continuar lutando, né, ela tem que pagar, ela vai pagar pelo o que ela fez, tá bom?", disse Max em vídeo publicado em seu perfil do Instagram na noite de quinta-feira.
Relembre o caso
Nesta terça-feira, Sandra foi intimada a comparecer à 15ª Delegacia de Polícia (Gávea) por duas novas acusações: injúria e lesão corporal contra dois entregadores negros. A confusão, no último domingo, teria começado por insatisfação da mulher ao ver entregadores andando de moto na calçada em que ela passeava com o cachorro.
Sendo assim, a ex-jogadora para e começar a atacar verbalmente as vítimas, dizendo para elas "voltarem para a favela". Minutos depois, Sandra parte para cima de um deles. Ela puxa a camisa do homem, identificado como Max Angelo dos Santos, e acerta um soco na cabeça. Ele consegue se soltar e se afasta.
Em seguida, ela tira a guia da coleira do cachorro e avança para cima de Max com agressões, em um ato associado por muitos, nas redes sociais e pela própria vítima, a chicotadas. Após a agressão, o entregador foi à delegacia, prestou depoimento e passou por exames no Instituto Médico Legal, onde foram confirmadas os hematomas causados pela agressão.