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Gêmeas sentem os mesmos sintomas de um câncer renal, ainda que só uma delas sofra da doença, entenda

Sophie e Megan afirmam sentir dores estomacais, nas costas, fraquezas, perda de peso e palidez. Médicos afirmam que é "coisa de gêmeo"

Sophie (à esquerda) e Megan: os médicos não conseguem entender como uma pode sentir as dores da outra - Reprodução / Facebook

Duas gêmeas idênticas sentem os mesmos sintomas de um câncer renal, como dores estomacais, nas costas, fraquezas, perda de peso, palidez, porém apenas uma foi diagnosticada com a doença. A outra, mesmo com todos os exames feitos, não foi encontrado nenhum tumor.

Sophie Walker, de Edimburgo, foi diagnosticada com um tumor de Wilms, um tipo de câncer renal, em 2017, aos 10 anos. Nos seis anos seguintes, Sophie entrou em remissão três vezes, a última em dezembro do ano passado e há “poucas esperanças” para ela, segundo os médicos.

Ao longo desse tempo, a irmã gêmea, Megan, experimentou muitos dos mesmos sintomas, incluindo dor de estômago e nas costas, palidez e perda de peso. Megan passou por uma ressonância magnética da cabeça aos pés, que voltou completamente limpa. Seus médicos chamaram o fenômeno de "coisa gêmea".

“Quando Sophie foi diagnosticada pela primeira vez, Megan tinha todos os sintomas. As pessoas comentam o tempo todo como ela parece doente - ela está ainda mais pálida do que a irmã. Todos os testes sob o sol foram feitos nela e não há absolutamente nada de errado com ela. É tão bizarro”, disse Rebecca Walker, mãe das gêmeas e de outros oito filhos.

O tumor de Wilms é um tipo de câncer renal que afeta mais frequentemente crianças com menos de cinco anos. Cerca de 90 crianças são diagnosticadas a cada ano no Reino Unido. Nos EUA, ocorrem de 500 a 600 casos anualmente. No Brasil, estima-se que ocorra em 1 a cada 10 mil crianças abaixo dos 15 anos de idade, sendo que a idade média ao diagnóstico é de 44 meses para os pacientes com a doença afetando apenas um rim e 32 meses para aqueles com tumor nos dois.

Sophie foi diagnosticada em 25 de outubro de 2017, depois de sentir "cólicas estomacais". Ela teve quatro semanas de quimioterapia e cirurgia para remover o tumor. Após 27 semanas de quimioterapia, Sophie entrou em remissão em abril de 2018. Porém, em janeiro de 2020, uma ressonância magnética de rotina mostrou "algo preocupante" em sua coluna.

Sophie entrou novamente em remissão em janeiro de 2021, após novas sessões de radioterapia, mas teve uma recaída em dezembro daquele ano e fez quimioterapia até maio de 2022. Em novembro do mesmo ano, Sophie entrou em remissão pela terceira vez e os médicos disseram que seus resultados "não eram bons".

Segundo a mãe das garotas, a médica disse para “levá-la embora e criar memórias, enquanto ela está bem o suficiente”.

Desde a notícia, o consultor de Sophie disse que poderá operar o tumor na coluna - por uma equipe de consultores, oncologistas, cirurgiões pediátricos e cirurgiões plásticos.

Apesar das notícias e de ter sido diagnosticada com ansiedade e depressão, Sophie está lutando bravamente e Megan tem se sentindo “exatamente da mesma forma”.

“Os consultores estão me dizendo que é apenas uma "coisa gêmea" - o que eu acho totalmente bizarro. Nunca ouvi falar de gêmeos idênticos ficando doentes ao mesmo tempo, quando nem um deles está doente”, disse a matriarca da família.

Especialistas do passado, ao discutir histórias semelhantes, descartaram a teoria de que gêmeos podem sentir a dor física um do outro. Mas eles sugeriram que sua forte empatia um pelo outro pode explicar parte da reação física.