Líbia está diante de oportunidade 'histórica' para sair da crise, segundo a ONU
A Líbia tem sido testemunha de mais de uma década de conflito intermitente desde a revolta de 2011 que destituiu Muammar Gaddafi, após 42 anos de ditadura
Os líbios estão diante de uma "oportunidade histórica" de superar a crise política na qual o país está mergulhado desde 2011, disse o enviado especial da ONU na Líbia, Abdoulaye Bathily, nesta terça-feira (18). Bathily ainda espera que ocorram eleições neste país do norte da África no final deste ano.
"Foi aberta uma oportunidade histórica para superar a crise de uma década", disse o chefe da Missão de Apoio das Nações Unidas na Líbia (UNSMIL), em uma reunião do Conselho de Segurança.
"Houve uma nova dinâmica na Líbia" nas últimas semanas, disse Bathily. "Foram celebradas intensas consultas (...) Os líderes institucionais e políticos também tomaram medidas para fazer avançar o processo político".
Bathily destacou a realização de várias reuniões em março e abril entre representantes militares de várias regiões do país.
Os representantes nestes encontros, que segundo Bathily representam um grande avanço, "se comprometeram a apoiar todas as etapas das eleições, rechaçar a violência em toda a Líbia (e) tomar medidas práticas para o retorno seguro dos deslocados internos", disse.
Essas reuniões cumpriram um propósito simbólico substancial no esforço para reconciliar e unificar o país, acrescentou.
Bathily assegurou que a "UNSMIL intensificará sua facilitação e mediação" com o objetivo de que se deem as condições "políticas, legais e de segurança para que se possam celebrar eleições este ano".
As eleições presidenciais e legislativas, inicialmente fixadas para dezembro de 2021, foram adiadas diversas vezes por questões que incluem a base jurídica das eleições e a participação de candidatos controversos.
A Líbia tem sido testemunha de mais de uma década de conflito intermitente desde a revolta de 2011 que destituiu Muammar Gaddafi, após 42 anos de ditadura.
Dois governos disputam o poder, um com sede em Trípoli (oeste) e reconhecido pela ONU, e outro apoiado pelo homem forte do leste da Líbia, Khalifa Hafter.
Bathily anunciou uma nova iniciativa em fevereiro para tentar sair do impasse e no mês passado disse que esperava poder chegar a um acordo "em meados de junho" para organizar eleições antes do final de 2023.