Morre Boris Fausto, um dos maiores historiadores do Brasil
Professor da USP era autor de clássicos das ciências sociais no país.
Morreu nesta terça-feira (18), aos 92 anos, Boris Fausto, um dos maiores historiadores do país e professor de ciência política da Universidade de São Paulo. A informação foi confirmada nas redes sociais pela Fundação Fernando Henrique Cardoso.
Fausto havia sofrido um acidente vascular cerebral em 2021, mas conseguiu se recuperar.
A Fundação FHC lembrou que Fausto "teve um papel importante no desenvolvimento de pesquisas sobre a história política do Brasil no período republicano, criminalidade em São Paulo e sobre o pensamento autoritário".
Publicado pela primeira vez em 1970, "A Revolução de 1930 - historiografia e história" é considerada ainda hoje um clássico das ciências sociais brasileiras.
Nos últimos anos, o historiador exercitou sua veia memorialística. Em 2014, publicou "O brilho do bronze", após a morte da esposa de cinco décadas, Cynira Stocco. No ano passado, depois do falecimento repentino de seu irmão, o filósofo Ruy Fausto, lançou "Vida, morte e outros detalhes".
Fausto era autor de títulos como "A Revolução de 1930: historiografia e história" e "História do Brasil" e organizador de "História geral da civilização brasileira" (com Sérgio Buarque de Hollanda). Publicado pela primeira vez em 1970, "A Revolução de 1930 - historiografia e história" é considerada ainda hoje um clássico das ciências sociais brasileiras.
Nascido em São Paulo em 8 de dezembro de 1930, formou-se em Direito e História pela USP e era corintiano. Descendente de imigrantes judeus, ele recordou a São Paulo de sua infância em livros como "O crime do restaurante chinês" e "O crime da galeria de cristal", nos quais narrou delitos que escandalizaram a cidade na época. A crimininalidade na capital paulista era outro de seus interesses, esmiuçado em "Crime e cotidiano", estudo pioneiro de 1984.