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Incêndio em hospital de Pequim deixa 29 mortos

Os incêndios com vítimas fatais são relativamente comuns na China devido aos padrões de segurança pouco rigorosos

Incêndio em hospital de Pequim deixa 29 mortos - Greg Baker / AFP

Doze pessoas foram detidas após o incêndio em um hospital de Pequim que deixou pelo menos 29 mortos, anunciaram as autoridades nesta quarta-feira (19), um dia após uma das maiores tragédias dos últimos anos na capital da China.

O incêndio no hospital de Changfeng, no distrito de Fengtai, começou pouco antes das 13H00 (2H00 de Brasília) de terça-feira.

A tragédia provocou 29 vítimas fatais, de acordo com o balanço atualizado divulgado pelo vice-prefeito de Fengtai, Li Zongrong.

Entre os 12 detidos estão o diretor do hospital e representantes de uma empresa que trabalhava na reforma do centro médico, informou Sun Haitao, alto funcionário do Departamento de Segurança Pública de Pequim.

Uma investigação preliminar revelou que o incêndio foi provocado por "faíscas geradas durante a reforma e construção de uma área de internação do hospital", segundo Zhao Yang, do corpo de bombeiros local.

As faíscas "inflamaram os elementos voláteis da tinta no local", explicou Zhao.

Imagens dramáticas foram compartilhadas nas redes sociais de pessoas que tentaram evitar as chamas e sentaram nas unidades externas dos sistemas de ar condicionado ou utilizaram lençóis para pular pelas janelas do hospital.

O vice-prefeito de Fengtai expressou "profundas condolências" pelas mortes de 16 mulheres e 13 homens na tragédia.

"Sentimos profundo remorso e culpa", declarou Li Zongrong à imprensa ao divulgar o balanço de vítimas.

Muitos policiais foram enviados ao local e curiosos tentavam filmar o hospital com seus smartphones nesta quarta-feira.

Imagens do centro médico publicadas pelo jornal econômico Caixin mostram leitos completamente destruídos.

As chamas foram controladas 30 minutos após o início do incêndio e as equipes de emergência retiraram 71 pacientes nas duas horas seguintes, informou ou jornal oficial Diário de Pequim.

As autoridades não divulgaram o número de feridos no incêndio nem informações sobre o estado de saúde destas pessoas.

"A prioridade é curar os feridos", declarou Yin Li, secretário do Partido Comunista em Pequim, que visitou o local da tragédia.

Ele recomendou "a formação de uma equipe de trabalho municipal" para responsabilizar as pessoas que provocaram a tragédia, "de acordo com a lei".

Não estava claro em um primeiro momento se todos os pacientes do hospital foram encontrados e retirados durante o incêndio, que atingiu o prédio leste do departamento de internação do hospital privado.

As mortes foram confirmadas depois que as vítimas foram levadas para outro hospital não identificado, segundo o Diário de Pequim.

Parentes dos pacientes afirmaram que perderam contato com os internados, em particular os idosos com mais dificuldades de locomoção, informou o também oficial Diário da Juventude.

O hospital Changfeng fica na zona oeste da capital, a 25 minutos de carro da Praça Tiananmen (Paz Celestial).

Os incêndios com vítimas fatais são relativamente comuns na China devido aos padrões de segurança pouco rigorosos.

Dez pessoas morreram em novembro em um incêndio em um prédio residencial na província de Xinjiang (noroeste), o que gerou muitos protestos contra os confinamentos adotados para conter os focos de Covid-19.