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Suplente de Nikolas Ferreira perde o mandato e presidente de torcida organizada do Galo assume

Chapa que elegeu Ferreira vereador em 2020 foi cassada por candidaturas laranjas de mulheres; nesta terça-feira, TRE-MG confirmou mudança na composição da Câmara e Gordin da Galoucura tomará posse

O deputado federal Nikolas Ferreira e o seu suplente na Câmara de BH, Uner Augusto - Câmara dos Deputados / CMBH

O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) confirmou nesta terça-feira a cassação do suplente do deputado federal Nikolas Ferreira (PL), Uner Augusto (PRTB). Por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a chapa que elegeu Ferreira vereador de Belo Horizonte foi cassada por uso de candidaturas laranjas de mulheres para fraudar a cota de gênero. Por lei, o partido precisa cumprir a cota mínima de 30% de representantes do gênero feminino na nominata.

Com a confirmação do TRE-MG, Uner Augusto deixou a Casa Legislativa e os votos do PRTB foram anulados. Com a recontagem da votação, a Corte Eleitoral definiu que a cadeira seria do PROS, que também responde a uma ação por fraude na cota de gênero. O primeiro suplente, César Augusto Cunha Dias (Solidariedade), mais conhecido como "Cesar Gordin da Galoucura", tomará posse nos próximos dias. Ele já foi vereador entre fevereiro de 2019 e dezembro de 2020, secretário de Esportes de Santa Luzia e é presidente da torcida organizada do Atlético Mineiro, a Galoucura.

"Vencemos na urna e hoje o TRE reconheceu isso. Bora pra cima, vamos fazer nesses 2 anos muito mais do que muita gente faz em 4", celebrou Cesar Gordin nas redes sociais.

Uner Augusto assumiu o mandato em fevereiro deste ano, mas perdeu o mandato após o TSE constatar indícios de fraude na chapa, tais como votação quase zerada de quatro candidatas mulheres (seis votos, cinco votos, um voto e nenhum voto), assim como ausência de gastos eleitorais, realização de campanha e apoio para um candidato homem.

Em menos de três meses na Casa, ele teve embates com a oposição, o que fez com que vereadores da esquerda levassem placas com a frase "tchau, querido!", em alusão ao bordão pejorativo usado pela direita no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016.

Em seu discurso de despedida, Uner Augusto rebateu, pela última vez, a oposição:

À esquerda radical dessa Câmara, que louva ditadores, que tem bandidos de estimação, que odeia a vida humana gerada no ventre materno, que saliva para corromper as mentes e os corações das crianças e jovens da nossa cidade, confessem: doeu, incomodou. Incomodou tanto que tiveram que rocorrer a ajuda em Brasília para tentar se livrar desse vereador, conservador e de direita, afirmou.