Facebook, Instagram e WhatasApp iniciam nova leva de demissões; Disney fará cortes na próxima semana
Com o anúncio, ações das empresas registraram queda nas negociações no pré-mercado
A Meta inicia nesta quarta-feira (19) nova rodada de demissões em toda a empresa, enquanto reestrutura as equipes e trabalha em direção ao objetivo do fundador Mark Zuckerberg de maior eficiência este ano. Além da big tech, Walt Disney planeja cortar milhares de empregos na próxima semana, incluindo cerca de 15% da equipe de sua divisão de entretenimento, de acordo com fontes familiarizadas com os planos.
A controladora do Facebook disse aos gerentes que eles deveriam se preparar para anúncios de novos cortes nesta quarta-feira, de acordo com um memorando ao qual a Bloomberg News teve acesso. O memorando indica que Facebook, WhatsApp, Instagram e Reality Labs – que abriga os esforços de realidade virtual da empresa e o hardware Quest – serão afetados.
A mudança faz parte de um esforço de corte de custos que acabará por eliminar 10 mil cargos na empresa, conforme anunciado por Zuckerberg em março. Uma nova rodada de cortes deve ocorrer em maio.
O memorando distribuído aos gerentes indica que as equipes serão reorganizadas e alguns funcionários remanescentes serão realocados para trabalhar sob novos gerentes. A Meta pediu que os funcionários americanos que podem trabalhar em casa o façam nesta quarta-feira para processar a notícia, mostrou o memorando.
A maior empresa de rede social do mundo já demitiu, em novembro, 11 mil pessoas, o equivalente a 13% de sua equipe. Também estendeu o congelamento de contratações, somando-se a uma retração em recrutamento e gastos em todo o setor no Vale do Silício. A Meta, em particular, pretende se tornar mais enxuta e reequilibrar sua proporção de tecnólogos e engenheiros com funcionários administrativos e de negócios.
Com o anúncio dos novos cortes, as ações da Meta caíram 1,6%, para US$ 214,41, nas negociações de pré-mercado.
Na Disney, cortes começam na segunda-feira
No caso da Disney, cortes atingirão as divisões de TV e filmes, parques temáticos e equipes corporativas, afetando todas as regiões onde o grupo opera, disseram as fontes, que pediram para não serem identificadas porque os detalhes ainda não são públicos. Alguns trabalhadores afetados serão notificados já na próxima segunda-feira, dia 24.
Procurada pela reportagem, a empresa se recusou a comentar. As ações caíram 0,6%, para US$ 100,35, nas negociações de pré-mercado, em meio a um declínio mais amplo nas ações em geral.
Em fevereiro, a Disney informou que planejava eliminar sete mil cargos de sua força de trabalho de mais de 220 mil pessoas, parte de uma estratégia geral para cortar US$ 5,5 bilhões em custos anuais. Os cortes estão sendo realizados em toda a empresa, disseram as fontes, inclusive na Disney Entertainment, uma unidade criada em uma reestruturação feita este ano para abrigar os negócios de produção e distribuição de filmes e TV da empresa, incluindo streaming.
Como parte dessa reestruturação, o CEO Bob Iger foi convocado a restaurar a autoridade dos executivos criativos, eliminando uma estrutura organizacional que colocava os executivos de distribuição acima dos negócios de TV e cinema da empresa. Ele deu mais poder a líderes criativos como Dana Walden, que dirige o negócio de TV, e Alan Bergman, que dirige os estúdios de cinema.
Com a empresa reduzindo seu compromisso com o entretenimento geral e focando mais em propriedades de franquias e marcas bem reconhecidas, a divisão de entretenimento emergiu como o foco dos cortes.
Todas as grandes empresas de mídia, incluindo NBCUniversal, Warner Bros. Discovery e Paramount Global, estão reduzindo seu número de funcionários à medida que a atenção de Wall Street muda do crescimento de assinantes em streaming para o alto custo de operação de plataformas de vídeo on-line.
Em novembro, Iger voltou a liderar a Disney depois que uma perda trimestral de US$ 1,47 bilhão no negócio de streaming da empresa precipitou a saída de seu sucessor, Bob Chapek.