Sobrecarga materna e esquecimento estão entre motivos de lacuna na vacinação infantil no Brasil
Pesquisa foi realizada pelo Instituto Locomotiva, a pedido da Pfizer; só mães foram ouvidas
A pedido da Pfizer, o Instituto Locomotiva fez uma pesquisa, entre os dias 10 de janeiro e oito de fevereiro deste ano, na procura por justificativas que expliquem o Brasil estar em queda na vacinação de crianças e adolescentes há anos. Duas mil mães foram entrevistadas.
O desfecho da pesquisa foi apresentado nesta quarta-feira (19), no Museu de Arte Moderna (MAM), em São Paulo. A reportagem da Folha de Pernambuco acompanhou a apresentação.
Os principais motivos encontrados foram: sobrecarga materna, pontos de vacinação distantes, desinformação e esquecimento.
Presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles explicou o porquê do público ouvido ter sido duas mil mães de crianças e adolescentes de até 15 anos.
"Não faltam estudos que mostram que só as mães levam os filhos para a vacinação. Ou até mesmo que levam seus companheiros", disse inicialmente, reforçando o ponto de sobrecarga na sequência.
"As mães estão sobrecarregadas. Falta tempo e suporte. Qualquer processo que melhore a conveniência, tem um potencial gigantesco de funcionar", afirmou.
Na pesquisa, metade do número de mães disse que já esqueceu a data de uma vacina dos filhos; 38% alegaram falta de tempo; 35% apontaram dificuldade por conta da distância entre a residência e um posto de vacinação; por fim, 25% confessaram que perderam a carteira de vacinação.
Um dos processos de solução passa pela possibilidade das vacinas serem aplicadas nas instituições ensino. A maior parte das mães ouvidas foi a favor.
Como argumento, Meirelles sugeriu o papel da educação também na lembrança das datas vacinais, a exemplo do que acontece em datas comemorativas, feriados e outros ensinamentos.
"Quantas crianças não aprenderam a escovar os dentes na escola?", questionou o presidente.
Pediatra infectocontagiosa, Renato de Ávila Kfouri também participou da apresentação do resultado da pesquisa, alertando para a taxa de abandono.
"Têm aqueles que começam, mas não terminam. Às vezes, a pessoa toma a primeira dose e não toma a segunda. E isso também é prejudicial. É fundamental terminar o esquema", frisou.
Confira abaixo, em percentual, o que as mães pensam sobre vacinação nas escolas
Se houvesse a possibilidade de a vacinação ocorrer na escola, a cobertura vacinal infantil poderia ser maior | (85% dos votos)
Se a escola ajudasse no controle das datas de período de vacinação, mais crianças estariam com a vacinação em dia | (82% dos votos)
Seria muito prático se a vacinação do meu filho pudesse ser na escola | (82% dos votos)
Adoraria que a escola do meu filho enviasse mais comunicados sobre vacinação | (82% dos votos)
Se houvesse a possibilidade de a escola ajudar no controle das datas e períodos de vacinação, facilitaria muito minha vida | (81% dos votos)
Ficaria segura com a vacinação dentro da escola, se fosse realizada por profissionais de saúde qualificados | (81% dos votos)
Se houvesse a possibilidade de a vacinação ocorrer na escola, eu não teria que me deslocar muito para meu filho se vacinar | (80% dos votos)
Gostaria que a escola me ajudasse a lembrar do calendário de vacinação do meu filho | (79% dos votos)
Se houvesse a possibilidade de a vacinação ocorrer na escola, eu não atrasaria as vacinas do meu filho | (77% dos votos)
A escola é o lugar ideal para ter a possibilidade da vacinação infantil | (76% dos votos)