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Gonçalves Dias nega omissão e diz que depoimento é 'uma grande oportunidade de esclarecer os fatos'

Ex-minitro do GSI foi ouvido pela Polícia Federal por cerca de 5 horas nesta sexta-feira após divulgação de imagens internas do Palácio do Planalto gravadas durante os atos golpistas de 8 de janeiro

Imagens mostram Gonçalves Dias no Palácio do Planalto durante os atos golpistas - Reprodução / CNN Brasil

O general da reserva Marcos Edson Gonçalves Dias, conhecido como GDias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, disse nesta sexta-feira que o depoimento prestado à Polícia Federal na manhã de hoje é "uma grande oportunidade de esclarecer os fatos que têm sido explorados na imprensa" e que confia na investigação e na Justiça.

GDias foi ouvido por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após terem vindo a público imagens de dentro do Palácio do Planalto que mostram o então ministro circulando entre os manifestantes, no dia 8 de janeiro, e mostrando a eles uma porta de saída.

A oposição passou a explorar as imagens, divulgadas pela CNN Brasil, para acusar o governo Lula de leniência com os atos golpistas. A divulgação do vídeo levou à saída de GDias do GSI, órgão responsável pela segurança do presidente.

"O comparecimento na sede da Polícia Federal é, para mim, uma grande oportunidade de esclarecer os fatos que têm sido explorados na imprensa. Confio na investigação e na Justiça, que apontarão que eu não tenho qualquer responsabilidade seja omissiva ou comissiva nos fatos do dia 8 de janeiro", disse o ex-ministro, em nota enviada ao GLOBO.

Em entrevista à Globonews, o militar afirmou que foi ao Planalto quando viu que os golpistas romperam o cordão de isolamento montado pela Polícia Militar do Distrito Federal. Sobre a interação com os invasores, ele explicou que atuou para "retirar as pessoas do terceiro e quarto andar do Palácio", dirigindo-as para o segundo andar, onde viriam a ser detidas. No vídeo, Dias aparece indicando a porta de saída aos manifestantes.

— Colaram minha imagem ao major distribuindo água para os manifestantes, fizeram cortes da minha imagem. Tenho 44 anos de profissão no Exército Brasileiro, sempre pautei minha vida em cima dos valores éticos e morais. O maior presente que dou a mim até hoje é a honra — declarou ele anteriormente.

Alexandre de Moraes tomou a decisão de marcar o depoimento de Dias nesta quinta-feira, mesmo dia em que ele pediu demissão do cargo após sua situação ficar insustentável para o governo. Para o ministro do STF, os vídeos indicam "atuação incompetente" e "ilícita e conivente omissão" de membros do GSI.