estupro

Perícia apontou vestígios de esperma de Cuca em vítima, disse jornal suíço

Treinador do Corinthians, que se diz inocente, foi condenado em 1987 por atentado ao pudor com uso de violência

Técnico do Corinthians, Cuca - Reprodução

Apresentado nessa sexta-feira (21) como técnico do Corinthians, Cuca se disse inocente sobre a acusação de estupro contra uma jovem de 13 anos na Suíça, em 1987. O técnico, no entanto, foi condenado, junto com mais três então jogadores do Grêmio por atentado ao pudor com uso de violência. Em 1989, época do julgamento, o tradicional jornal suíço Der Bund, fundado em 1850 em Berna, publicou que a perícia encontrou vestígios de esperma de Cuca e outro jogador no corpo da menina.

"O relatório forense posteriormente mostrou vestígios de esperma dos dois jogadores Alexi e Eduardo no corpo da menina", diz trecho da matéria publicada em 16 de agosto de 1989 no Der Bund. A história foi revelada inicialmente pelo blog de Juca Kfouri. Alexi é o nome de Cuca.

A matéria traz ainda trecho em que a vítima diz que teria ficado "paralisada" durante o estupro. "Não foram encontrados vestígios de violência na menina. Também afirmou que ficou paralisada durante o incidente e, portanto, não gritou nem revidou".

Cuca era jogador do Grêmio à época e excursionou com o time para a Europa. Em Berna, na Suíça, ele e outros três jogadores (Eduardo, Fernando e Henrique) foram detidos sob a alegação de terem feito sexo sem consentimento com uma menina de 13 anos. Os quatro foram liberados após quase um mês presos. Dois anos depois, Cuca, Eduardo e Henrique foram condenados a 15 meses de prisão. Fernando foi absolvido da acusação de atentado ao pudor e condenado por estar envolvido no ato de violência. O Brasil não extradita seus cidadãos, e nenhum cumpriu a pena.

— Nós iríamos jogar uma partida, subiu uma menina ao quarto, o quarto era o que eu estava junto com outros jogadores. Era um quarto duplo. Essa foi a minha participação nesse caso. Eu sou totalmente inocente, eu não fiz nada — disse Cuca na sexta-feira, durante sua apresentação no Corinthians.

Segundo o Uol, consta nos autos do processo que a vítima não identificou Cuca.

— A palavra da mulher era de que o Cuca não estava lá. Eu estou falando que não estava. Como que eu posso ser condenado? - argumentou o treinador, que diz ter sido julgado "à revelia".

Na sexta-feira, muros da sede do Parque São Jorge foram pichados com “Fora Cuca” e “diretoria incompetente". Também houve manifestação com mulheres na porta do Centro de Treinamento, com faixas com dizeres como “Respeita as minas??”, em alusão a uma campanha do Corinthians.

Cuca disse que conversou com o presidente do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, e foi avisado de que os protestos aconteceriam.

— Eu não vou ficar em casa me escondendo, eu não fiz nada. Sou inocente.