SAÚDE

Recife oferece mais de 1,3 mil vagas para espirometria; mutirão visa a diminuir fila de espera

Exames acontecem na Policlínica Lessa de Andrade

Exame de espirometria - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Mais de 1,3 mil vagas para exames de espirometria, também conhecido como Prova de Função Pulmonar, serão ofertadas através de um mutirão de saúde realizado pela Prefeitura do Recife. O teste avalia a capacidade respiratória e auxilia no diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A iniciativa, que faz parte do programa Recife Cuida, é fruto de parceria com a empresa Boehringer Ingelheim.

A primeira etapa da realização dos exames (de um total de três, distribuídas ao longo do ano) teve início nesta segunda-feira (24), na Policlínica Lessa de Andrade, no bairro da Madalena, na Zona Oeste do Recife; a fase inicial, que segue até a próxima sexta-feira (28), contempla cerca 450 pacientes. O mutirão, segundo a prefeitura é voltado para pessoas que já haviam solicitado o exame e constam no Sistema de Regulação (Sisreg) do município. 

Os pacientes que aguardavam o avanço da fila devem receber ligações ou mensagens de WhatsApp com informações sobre a data e o horário do procedimento. Os selecionados devem comparecer à Policlínica Lessa de Andrade com o cartão do SUS, documento de identificação com foto e encaminhamento. Segundo a gestão municipal, os pacientes atendidos já sairão do exame com consulta agendada com um médico pneumologista, que apresentará os resultados.


De acordo com Itacira Soares, gerente de Assistência aAbulatorial da Secretaria de Saúde, a demanda pela realização do exame aumentou de forma considerável após a interrupção da realização do procedimento por causa da pandemia de Covid-19. “É um processo que libera aerossóis, então foi um dos principais exames entre os que não foram oferecidos durante a pandemia; por isso, havia uma demanda maior; além disso, como a espirometria avalia a função pulmonar, há uma relação direta com essa doença e com as sequelas”, disse.

O mutirão, de acordo com a prefeitura, faz parte do programa Recife Cuida, que visa a reduzir as filas de espera para a realização de procedimentos de saúde na capital pernambucana.

“A proposta é diminuir a fila ao máximo possível, tendo em vista que a fila tem uma formação contínua. A partir do momento em que a gente consegue resolver a situação de alguns pacientes, outros aparecem. A ideia, portanto, é aliviar essa demanda. Todos os pacientes que hoje realizam os exames foram contactados previamente para fazer o procedimento”, completou Itacira Soares.

Entre os pacientes atendidos no primeiro dia do mutirão está a aposentada Gisélia Maria da Silva, 73, que aguardava o momento da realização do exame há mais de um ano. "Passei meses em uma UTI por causa de problemas no pulmão, pouco antes do início da pandemia de covid-19. Eu sentia um desconforto muito grande e mal conseguia respirar. Foi uma situação muito difícil. Assim que recebi alta, os médicos disseram que eu precisava fazer esse exame", comentou Gisélia.

O programa Recife Cuida, da Prefeitura do Recife, destina R$ 400 milhões em investimentos para um processo de reestruturação na Rede Municipal de Saúde. Entre as mudanças anunciadas pela gestão está a contratação de mais profissionais, a implantação do novo modelo de gestão, melhorias na infraestrutura das unidades e a implantação da saúde digital.