Justiça

Ex-chefe da inteligência do Cazaquistão é condenado por distúrbios de 2022

Karim Masimov foi condenado a 18 anos de prisão pelos crimes de alta traição e golpe de Estado

Protestos originalmente contra os preços dos combustíveis irromperam em janeiro do ano passado na vasta ex-república soviética. - Abduaziz Madyarov/AFP

O ex-chefe dos serviços secretos do Cazaquistão, principal acusado no caso dos sangrentos distúrbios de janeiro de 2022, foi declarado culpado nesta segunda (24) de "alta traição" e "golpe de Estado", e condenado a 18 de anos de prisão.

Chefe do Comitê nacional de segurança e detido durante os distúrbios, Karim Masimov é apresentado pelas autoridades como o cérebro de um complô para derrubar o presidente Kasym-Jomart Tokaiev durante os distúrbios de excepcional violência ocorridos nessa ex-república soviética.

"Masimov K. foi declarado culpado de alta traição, golpe de Estado e abuso de poder. Foi condenado a 18 anos de prisão, confisco dos bens e proibição de exercer funções públicas pelo resto da vida", indicou o tribunal em Astana.

Três de seus assistentes foram condenados a 16, 15 e três anos de prisão.

Em janeiro de 2022, protestos pacíficos contra a alta do preço do combustível e as desigualdades sociais desencadearam confrontos entre forças de segurança e civis.

O ex-presidente Nursultan Nazarbaiev, no poder durante três décadas, estava na mira dos manifestantes, que o acusavam de ter enriquecido com seus familiares às custas do povo.

Masimov, de 57 anos, é considerado apoiador de Nazarbaiev.

Oficialmente, 238 pessoas morreram, edifícios públicos foram destruídos e, segundo, defensores dos direitos humanos, pessoas detidas foram torturadas.