Regras focadas em despesa tem mais efetividade no controle da inflação, diz Campos Neto
Âncora fiscal estruturada pelo governo Lula prevê aumento de receita em aproximadamente R$ 150 bilhões
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, nesta terça-feira (25), que o histórico de regras fiscais com maior resultado positivo no controle da inflação tem foco no corte de despesas, diferente da regra estruturada pela equipe econômica do governo - que prevê aumento de receita em aproximadamente R$ 150 bilhões.
No Senado, Campos Neto foi questionado sobre os efeitos do novo regramento fiscal apresentado ao Congresso pelo governo Lula, em eventual redução da taxa básica de juros.
Ele foi convocado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado, para apresentar justificativas à taxa de juros em 13,75% ao ano, sendo a maior nominalmente desde novembro de 2016.
— Qualquer plano fiscal, entendemos que é muito difícil o corte de despesas. Mas quando o plano fiscal, em qualquer país, é mais de corte de despesas, ele tem efeitos mais benéficos na inflação. Quando o plano fiscal é mais de receita, ele não tem esse efeito tão benéfico na inflação. Entendemos as limitações do Brasil e que o governo tem feito um grande esforço — disse o chefe do BC.
Por outrolo lado, em recentes eventos públicos, o presidente do BC fez avaliações positivas sobre o arcabouço fiscal no papel de equilíbrio das contas públicas no longo prazo. Uma relação direta entre a apresentação da âncora fiscal e a queda da Selic já foi descartada pelo Comitê de Política Monetária (Copom).