BRASÍLIA

Clima esquenta hoje em Brasília com a leitura do requerimento para a CPI dos ataques de 8 de janeiro

O requerimento de instalação da CPMI dos Atos Antidemocráticos deverá ser lido na sessão do Congresso Nacional

Atos golpistas em 8 de janeiro de 2023 - Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília vive, hoje, um dia de grandes expectativas para o anúncio do requerimento de instalação da CPMI dos Atos Antidemocráticos. O documento deverá ser lido na sessão do Congresso Nacional. O autor da iniciativa, deputado federal André Fernandes, do PL do Ceará, defende uma investigação dos ataques ocorridos no dia 8 de janeiro na sede dos Três Poderes em Brasília com enfoque na atuação dos extremistas e infiltrados para a individualização das condutas das pessoas presas, que ultrapassaram 2 mil, segundo o requerimento.

O líder do PL, senador Carlos Portinho (RJ), avalia que as imagens do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general G. Dias, reforçam o envolvimento do Palácio do Planalto nos ataques à sede dos Três Poderes em Brasília no dia 8 de janeiro.

Já o líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ressaltou que as investigações do Parlamento vão chegar aos organizadores e financiadores da tentativa de golpe, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro. A CPMI contará com a participação de 15 deputados, 15 senadores e igual número de suplentes, que terão 180 dias para concluírem as investigações.

Os blocos democracia e resistência democrática, no Senado, são governistas e possuem 30 e 28 senadores, respectivamente. Já os blocos vanguarda e aliança, com 13 e 10 senadores, são de oposição. Na Câmara dos Deputados, o governo também possui maioria, mas o Centrão, mais uma vez, poderá ser crucial, visto que tem influência nos dois maiores blocos: um com nove partidos e outro com cinco partidos.

Com o apoio dos maiores blocos do Congresso, o governo poderá eleger o presidente da CPMI, que, em acordo, indicaria um relator. O presidente é responsável por convocar e conduzir as sessões, enquanto o relator define a linha de investigação e o momento de ouvir os depoimentos. A oposição já declarou que lutará contra a estratégia do governo. A indicação dos membros da comissão fica a cargo dos partidos e blocos partidários, sem prazo definido para isso.

Em viagem a Portugal, Lula disse, em coletiva de imprensa, que não irá interferir na votação. “O presidente da República não vota no Congresso Nacional, não vota no Senado, não vota na Câmara. Os deputados decidem”, afirmou.