Com efeito Lupi, consignado do INSS despenca pelos dias suspensos. Queda foi de 40,5% em março
Bancos públicos e privados chegaram a suspender a linha de crédito, alegando custo na operação
A oferta de crédito consignado para beneficiários do INSS registrou redução de 40,5% no mês de março, quando a concessão total foi de R$ 3,9 bilhões em novos empréstimos, contra R$ 6,5 bilhões em fevereiro.
Conforme dados do Banco Central divulgados nesta quarta-feira (26), é a menor oferta desde fevereiro de 2022, que registrou R$ 2,9 bilhões nesta modalidade.
Com o comando do ministro da Previdência, Carlos Lupi, o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) havia aprovado uma redução da taxa de juros para os empréstimos consignados. Porém, a medida não havia sido alinhada integralmente com o governo e com o setor financeiro.
Bancos públicos e privados chegaram a suspender a linha de crédito, alegando que a taxa reduzida não cobria o custo da operação.
O ministro da Previdência defendia uma taxa abaixo de 1,90%, enquanto os bancos privados queriam uma taxa de 1,99%. A decisão final veio do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) aprovou, no final de março, a taxa de juros de 1,97% para os aposentados e pensionistas.
Os dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira são reflexo desse desequilíbrio durante o mês, porém a tendência é de um impacto pontual, na avaliação de Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi).
Para ele, a tendência é de normalização nos próximos meses:
— É algo que foi resolvido. Na modalidade pessoas físicas, que é o produto consignado, tendem a subir porque é uma fonte de financiamento mais barata — diz.