BRASIL

Governo federal prepara segunda leva de demissões no GSI

Generais desligados do ministério foram informados da demissão pelo comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva

o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, assume interinamente o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) - Isaac Amorim/MJSP

O Palácio do Planalto prepara uma segunda leva de exonerações o Gabinete de Segurança Institucional (GSI). A primeira ocorreu nesta quarta-feira (26) quando o governo exonerou 29 servidores do órgão, dos quais 28 militares.

Entre os nomes desligados, três eram secretários que ocupavam funções de segundo escalão. O ministro interino do GSI Ricardo Cappelli, que está à frente de um processo de "renovação" do órgão, deve avaliar nesta quinta-feira quando sairá a próxima leva de servidores.

As substituições do órgão devem continuar, mas com o cuidado de não criar ruído entre o Planalto e as Forças Armadas. Os desligamentos que envolvem o Exército estão seguindo uma liturgia para demonstrar respeito à Força. Em conversa no Palácio do Planalto na terça-feira, o comandante do Exército, general Tomás Ribeiro Paiva foi informado de todos os desligamentos envolvendo membros da Força.

Os dois generais que foram desligados, Marcius Cardoso Netto (Secretário de Segurança e Coordenação Presidencial) e Marcelo Goñes Sabbá de Alencar (secretário excutivo-adjunto), foram informados da demissão pelo próprio Tomás Paiva.
 

Como mostrou O Globo, a presença do general Marcius causava desconforto em integrantes do atual governo. Como secretário Segurança e Coordenação Presidencial, caberia a ele comandar a segurança presidencial se o governo não tivesse tirado do GSI a atribuição da proteção de Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin.

Com a criação da Secretaria Extraordinária Segurança Imediata do Presidente, atualmente sob gestão do delegado da Polícia Federal Alexsander Oliveira, o general ficou com a atribuição mais restrita à segurança do Palácio do Planalto. Houve, no entanto, uma tensão com a relação entre os policiais federais da Secretaria de Segurança Aproximada do Presidente e os militares.

Também foram desligados o titular da Secretária de Assuntos de Defesa e Segurança Nacional, brigadeiro de ar Max Cintra Moreira; Marcelo da Silva Gomes que ocupava a Secretaria de Coordenação de Sistemas e o coronel Gladstone Barreira Júnior, que comandava a Diretoria do Departamento de Gestão, todos eram indicados pelo ex-ministro do GSI, general Augusto Heleno, um dos principais aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.