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Petrobras renova conselho esta quinta em assembleia de acionistas. Veja o que está em jogo

Com a eleição de novos integrantes do colegiado, governo Lula completa a troca do comando na estatal

Petrobras - Fernando Frazão/Agência Brasil

A Petrobras reúne nesta quinta-feira (27) seus acionistas no primeiro encontro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Assembleia Geral Ordinária (AGO), que começa nesta quinta-feira às 13h no formato virtual, é considerada estratégica pois vai eleger os novos integrantes do Conselho de Administração da estatal, que até agora segue composto em sua maioria por indicados no governo de Jair Bolsonaro (PL).

Como acionista majoritário da Petrobras, o governo tem maior peso nas decisões da assembleia. A lista dos indicados pela União foi motivo de polêmica nas últimas semanas, inclusive opondo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A lista passou por diversas mudanças, com nomes vetados pelo Comitê de Pessoas (Cope) da estatal.

Com a eleição do novo colegiado, completa-se a renovação da cúpula da Petrobras pelo governo Lula. O Conselho de Administração tem poder para tomar decisões estratégicas e aprovar investimentos propostos pela diretoria da estatal, além de dar aval a temas sensíveis, como a adoção de um nova política de preços de combustíveis e a suspensão definitiva da venda de ativos.
 

Como será a eleição dos conselheiros?
Atualmente, a União tem seis representantes das 11 cadeiras. No entanto, na assembleia de hoje, só oito estão em disputa. A União, que tem a maioria das ações na empresa, indicou onze nomes, dos quais três suplentes. Já os minoritários podem emplacar dois nomes, como vem ocorrendo na últimas assembleias por conta do sistema de voto múltiplo (que permite concentrar votos nos candidatos que indicaram).

Quem está na disputa?

A União indicou:
Pietro Mendes (secretário de Petróleo do Ministério de Minas e Energia - MME, também indicado para ser o presidente do Conselho de Administração da Petrobras)

Bruno Moretti (secretário especial de análise governamental da Presidência da República)

Efrain da Cruz (secretário-executivo do MME)

Vitor Saback (secretário de Geologia do MME)

Eugênio Cordeiro (economista)

Sérgio Rezende (ex-ministro de Ciência e Tecnologia)

Suzana Kahn (vice-diretora da Coppe/UFRJ)

Jean Paul Prates, que já é conselheiro interino e é um dos nomes indicados para o colegiado por ser presidente da estatal.

Como suplentes, a União indicou:

Anelize de Almeida (procuradora-geral da Fazenda)

Evamar Santos (consultor financeiro)

Renato Galuppo (advogado)

Os acionistas minoritários indicaram:
Marcelo Gasparino (atual conselheiro)

José João Abdalla Filho (atual conselheiro)

Quanto eles vão ganhar?
Na assembleia, os acionistas vão decidir se aprovam a proposta de remuneração dos diretores da empresa e dos conselheiros. A proposta enviada pela empresa prevê correção da remuneração fixa dos administradores da Petrobras pelo INPC do período de 2013 a 2022: 43,88%.

No caso dos diretores da Petrobras, foram reservados no ano passado R$ 37 milhões para o pagamento da remuneração total dos nove executivos nessas funções estatutárias (incluindo o presidente).

O salário do presidente da Petrobras foi de cerca de R$ 116 mil mensais, sem contar gratificações, benefícios e bônus, no ano passado. Se for aprovado o reajuste, o salário de Jean Paul Prates, presidente da empresa, chegará a quase R$ 167 mil por mês, com base em dados do Ministério da Economia.

Reserva de R$ 6,5 bi
A Petrobras também vai colocar em votação na assembleia de acionistas a reserva de R$ 6,5 bilhões do lucro ao longo deste ano pela companhia . A estatal inda não detalhou como esses recursos serão usados. Fontes acreditam que esse valor possa ser destinado a novos investimentos dentro da revisão do plano de negócios.

O governo Lula já indicou que quer transformar a petroleira em uma empresa de energia e não só de petróleo, investindo em projetos de geração a partir de fontes renováveis. Em 2022, a Petrobras distribuiu um total de R$ 215,8 bilhões em dividendos a acionistas, um recorde.

Na pauta está ainda a aprovação dos relatórios de resultados de 2022, a destinação dos dividendos já aprovados e a eleição dos integrantes do Conselho Fiscal.