Desabamento em Olinda

Prédio que desabou em Olinda foi interditado em 2000; seguradora era responsável pela demolição

De acordo com a Prefeitura de Olinda, na época, os órgãos exigiram que a seguradora do imóvel realizasse a demolição do prédio

Órgãos exigiram que a seguradora do imóvel realizasse a demolição do prédio - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Edifício Leme, que desabou parcialmente em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, na noite dessa quinta-feira (27), deixando mortos e feridos, foi interditado pela Defesa Civil no ano de 2000, após vistoria conjunta entre o Governo de Pernambuco, município e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

De acordo com a Prefeitura de Olinda, na época, há 23 anos, os órgãos exigiram que a seguradora do imóvel - Caixa Econômica Federal - realizasse a demolição do prédio. A Caixa, que também é responsável pela vigilância do edifício, deveria proibir a ocupação nos 16 apartamentos do edifício.

"Dezenas de ações foram movidas pela Procuradora do Município. Existem casos em que a Justiça já determinou a demolição do imóvel, após a ação da Prefeitura, porém a seguradora se recusa a dar cumprimento à ordem judicial", informou a gestão da cidade, por meio de nota divulgada na manhã desta sexta-feira (28).

A Prefeitura de Olinda também afirmou que se solidariza com as famílias das vítimas e que vai continuar atuando para que os prédios condenados no município sejam demolidos pelas seguradoras responsáveis.

Em resposta à reportagem, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e a Defesa Civil do Estado informaram que estão dando apoio aos órgãos responsáveis pela realização de resgate das vítimas:

"Após apurações, foi informado que o edifício apresentava problemas estruturais e, desde o ano de 2000, tinha sido condenado após averiguações feitas pela Prefeitura e Defesa Civil do Município de Olinda".

O desabamento parcial do prédio, que está localizado na rua Acapulco, ocorreu por volta das 22h dessa quinta-feira (27). Um homem de 32 anos e um adolescente de 13 foram retirados do local sem vida. Há registros de pessoas nos escombros.

Até às 10h desta sexta, cinco pessoas haviam sido retiradas do local e socorridas para unidades de saúde da Região Metropolitana. Do total, duas mulheres de 25 anos foram levadas para a Unidade de Pronto Atendimento (Upa) de Olinda. Elas tiveram escoriações, receberam atendimento e já foram liberadas.

Uma outra vítima, uma mulher de 30 anos, também foi resgatada e encaminhada para o Hospital Miguel Arraes, em Paulista, com um trauma leve no pescoço. Ela segue em observação com quadro geral de saúde considerado estável, sem gravidade.

Ainda na noite no acidente, um homem de 45 anos foi encaminhado para a Unidade de Trauma do Hospital da Restauração, na área central do Recife. Ele deu entrada com uma fratura na mão. Segundo o HR, o quadro de saúde do homem é estável.

Na manhã desta sexta (28), o quinto sobrevivente, identificado como Ebenezer, de 53 anos, foi resgatado dos escombros consciente e também levado ao HR.