Saúde

Pneumonia aguda: entenda os riscos da doença que deixou o Papa Francisco internado por três dias

Apesar de ser considerada comum, a condição pode ser fatal para idosos acima dos 65 anos

Papa Francisco recebe alta de hospital - Filippo Monteforte/AFP

O Papa Francisco revelou ter sofrido uma forma "aguda e grave" de pneumonia no final de março, quando chegou a ser hospitalizado por três noites em um hospital de Roma, com problemas respiratórios

O pontífice, de 86 anos, já teve a parte superior do pulmão direito removida, devido a uma grave pneumonia que o acometeu aos 21 anos, porém ele disse que as questões médicas não devem impedir sua agenda de viagens.

— Eu senti uma dor intensa no final da audiência [do dia 29 de março]. Não perdi a consciência, mas tive uma febre alta — disse o Papa a jornalistas, durante o voo de retorno de Budapeste para Roma— O organismo respondeu bem ao tratamento. Graças a Deus eu posso dizer isso agora.

Apesar de ser considerada comum, com mais de dois milhões de casos por ano no Brasil, e ser uma doença que pode ser evitada com tratamentos médicos e vacinas, a pneumonia pode ser fatal, especialmente para crianças menores de 5 anos e idosos acima dos 65 anos. Em 2019, por exemplo, antes da pandemia, a enfermidade se transformou na maior causa infecciosa de mortes de adultos e crianças – ceifando a vida de 2,5 milhões de pessoas.

A pneumonia é um tipo de infecção aguda que afeta os pulmões, mais precisamente as vias aéreas inferiores. De modo geral, ela começa com uma simples gripe ou resfriado que não é bem tratado, fazendo com que a imunidade do paciente diminua consideravelmente. Sem as defesas do organismo para barrar ou proteger o pulmão do indivíduo, diferentes tipos de bactéria se infiltram nos alvéolos pulmonares e desencadeiam, então, a inflamação da pneumonia.

Tipos de Pneumonia
A doença pode afetar o corpo humano de diferentes formas. A mais comum é a pneumonia bacteriana, sendo causada por bactérias que estão naturalmente presentes em outras partes do organismo. Existe também a pneumonia viral, causada pela presença de um vírus invasor na região dos alvéolos pulmonares.

Há também a pneumonia nosocomial, que especialistas a chamam de pneumonia hospitalar, por infectar especialmente pacientes que já estão internados em UTI ou respirando com a ajuda de aparelhos. Nessa variedade da doença, as bactérias são levadas até o pulmão por conta dos aparelhos inseridos para auxiliar na saúde do paciente.

E por último, há a pneumonia aspirativa, causada pela inalação de produtos que são tóxicos ao organismo, como a fumaça e os odores de certas substâncias químicas.

Sintomas
Entre as principais manifestações da doença estão a tosse com muco espesso ou coloração alterada, febre alta, falta de ar, dor torácica (dor no peito e nas costas), respiração acelerada, sensação de peito carregado e pesado, calafrios, mudanças na pressão arterial, mal estar generalizado, além de sentir um cansaço e fadiga extrema.

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No entanto, esses sintomas podem variar em função da extensão da doença e do micro-organismo causador. A febre, por exemplo, é uma manifestação em muitos quadros clínicos, apesar de não aparecer em todos. Pessoas com pneumonia podem apresentar sintomas digestivos, como náusea, diarreia e perda de apetite (anorexia).

Em idosos, por exemplo, a confusão súbita pode ser o único sinal de pneumonia. O Papa revelou que não perdeu a consciência em nenhum momento, apesar de ter febre alta.

Causas de morte
A complicação mais comum no caso de uma pneumonia que leva um paciente à óbito é o baixo nível de oxigênio na corrente sanguínea, causando falta de ar e que pode causar um quadro de insuficiência respiratória, além de uma parada cardiorrespiratória.

A diminuição da pressão arterial também pode ser uma possível causa de morte, visto que o micro-organismo responsável pela pneumonia pode entrar na corrente sanguínea, ou a resposta do corpo à infecção pode ser exagerada, resultando em um quadro clínico denominado sepse, inflamação que se espalha pelo organismo diante de uma infecção, podendo levar a queda da pressão arterial e falência de órgãos.

A pneumonia não tratada também pode causar um abscesso pulmonar, formada quando uma pequena área do pulmão morre e um acúmulo de pus se forma no lugar, podendo resultar em uma infecção necrosante. Outra complicação desencadeada pela condição é um empiema, presença de pus no espaço entre o pulmão e a parede torácica, que também pode levar a morte.

Por último, entre os principais riscos, ainda há as lesões graves dos pulmões, que podem ter quadros irreversíveis da doença. Isso acontece após uma infecção devastadora ou inflamação excessiva em resposta à infecção. Essas lesões podem causar falta de ar, geralmente com uma respiração rápida e superficial, pacientes com este tipo de quadro podem precisar de apoio respiratório com um ventilador mecânico por um período de tempo estendido.

Tratamento
Dependendo do tipo de pneumonia, o especialista pode prescrever antibióticos, antivirais, antifúngicos ou antiparasitários. Exercícios de respiração profunda também pode ser um bom aliado.

As pessoas com pneumonia que estão com falta de ar ou têm baixos níveis de oxigênio no sangue recebem oxigênio suplementar, geralmente através de um pequeno tubo plástico nas narinas (cânula nasal).

Apesar de o repouso ser uma parte importante do tratamento, o repouso absoluto pode ser nocivo e as pessoas são incentivadas a fazer pequenos exercícios como, breves caminhas entre os cômodos da casa, ou em casos mais graves, sair da cama para sentar em uma cadeira do outro lado do quarto.